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Libéria

Africanas Empreendedoras: Leymah Gbowee, a guerreira da Paz
por Paulo Tarso

 

 

Nascida na Libéria em primeiro de fevereiro de 1972, Leymah Gbowee poderia ter sido mais uma das numerosas mulheres, vítimas da guerra civil liberiana eclodida em 1989, cujo destino flutuava à deriva nas ondas de violência, estupros e deslocamentos forçados. No entanto, aos 17 anos, a jovem liberiana resolveu reescrever a história de seu país e do mundo.

 

 

Tendo entrado em contato com a UNICEF, participou de treinamento que lhe  possibilitou trabalhar na reabilitação de pessoas traumatizadas pela guerra. Neste trabalho, entrou em contato com algumas das famosas crianças-soldado, que compunham boa parte do contingente do então senhor da guerra (e posteriormente, presidente do país) Charles Taylor. Foi ao vivenciar o drama da juventude liberiana perdida que Gbowee percebeu a importância das mães na mudança da sociedade.

 

 

Em 2000, Gbowee entrou na organização “Women in Peacebuilding Network” (WIPNET) e se introduziu na militância com e pelas mulheres. Tão logo ingressou, assumiu a liderança da rede e começou a organizar sua primeira mobilização histórica. Convocando mulheres cristãs e muçulmanas de todas as etnias, Gbowee articulou a união feminina com o objetivo de rezar pelo fim do conflito, ao mesmo tempo em que espalhavam ideias de conscientização dos direitos e protagonismo das mulheres.

 

 

O movimento feminista liderado por Gbowee ficou conhecido mundialmente graças ao seu amplo e original repertório de ação coletiva. As iniciativas iam desde de sit-in, ação em que as mulheres sentam-se diante de agentes repressores ou em lugares públicos estratégicos com todas vestidas de branco, até ações como greve de sexo, em que as mulheres anunciavam se recusar a fazer sexo com seus respectivos companheiros até que a guerra tivesse acabado.

 

 

 

 

A inusitada forma de protesto garantiu a atenção da mídia. Além disso, o grupo ganhou ainda mais notoriedade ao ameaçar o presidente nigeriano e mediador dos acordos de paz na Liberia – general Abubakar – a presenciar todas as manifestantes nuas. Segundo Gbowee, “Na África, é uma terrível maldição ver uma mulher casada ou mais idosa deliberadamente tirar suas roupas”.

 

 

A repercussão das brilhantes táticas de protesto encabeçadas por Gbowee ganharam o mundo, atraindo toda atenção – e pressão – da comunidade internacional ao conflito e ao regime autoritário de Charles Taylor, o que levou este a reconhecer as reivindicações das mulheres liberianas e do resto da população que lideravam às ruas. Taylor acabou sendo obrigado a sair do governo e encerrar a guerra, abrindo espaço para as eleições que puseram Ellen Johnson Sirleaf, eminente liderança liberiana e companheira de ativismo de Gbowee, no poder presidencial, entrando para a história como a primeira presidente mulher do continente africano.

 

 

A conquista brilhante da paz pelo protagonismo e mobilização das mulheres não só rendeu à Gbowee e Sirleaf o prêmio Nobel da Paz, como criou um poderoso precedente para a construção e consolidação da Paz no resto do continente. Mais um irrefutável exemplo de como o mundo tem muito a aprender com o continente africano.

 

 

Série Africanas Empreendedoras: Para celebrar o trabalho de milhões de mulheres africanas empreendedoras que fazem a diferença no mundo, o Afreaka realiza a série Africanas Empreendedoras, que divulga negócios femininos de destaque e mulheres inspiradoras no continente.

 

 

Confira as últimas reportagens da Série:

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