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Nigéria

Ngozi Okonjo-Iweala: uma nigeriana no topo do mundo
por Paulo Tarso

 

Ngozi Okonjo-Iweala (Foto: Wikipedia)

 

 

Entramos no século XXI e uma lição parece cada vez mais clara para a maioria daqueles que estão preocupados com o continente africano: o desenvolvimento político, econômico e social dos jovens países não será imposto de fora, mas coordenado e sustentado pelos que são de dentro. Trata-se do tão aclamado desenvolvimento endógeno, termo desenvolvido pelo grande historiador burquinense Joseph Ki-Zerbo. Livrando-nos dos resquícios dos preconceitos concernentes à “incapacidade dos africanos de se autogovernarem”, encontramos evidências inquestionáveis de que esse desenvolvimento endógeno é possível e já começou a ocorrer. Eleita uma das 100 personalidades mais influentes do planeta de acordo com a revista “Times”, a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala destaca-se como uma das grandes lideranças desse processo fundamental.

 

 

De origem simples, nascida em 1953 na Nigéria, Ngozi conseguiu superar as dificuldades de seu país na época e fazer sua formação em Economia nas consagradas universidades americanas de Harvard e no MIT (Massachussets Institute of Techonology). Seguindo uma carreira brilhante na política e na economia, foi Ministra das Relações Exteriores da Nigéria durante o governo de Olusegun Obasanjo, trabalhou para o Banco Mundial entre 2007 e 2011 – cargo que lhe concedeu reputação e reconhecimento internacionais – e chefia, atualmente, o Ministério das Finanças no governo de Jonathan Goodluck. Trabalhadora, inteligente e competente, mas sem perder a simplicidade que lhe é característica, a ministra é hoje uma das favoritas a ocupar o mais alto cargo do Banco Mundial.

 

 

Sua história de vida é considerada uma metáfora da própria trajetória de seu país: compartilhando com outros países africanos uma história recente marcada por violência, miséria e exploração, a Nigéria se desenvolveu largamente nos últimos anos, mantendo uma média de crescimento anual de 7% de seu PIB. A ministra, uma das grandes responsáveis por esse virtuoso ciclo de crescimento, ficou conhecida por seu empenho em estimular a economia e criar empregos, bem como sua tolerância zero à corrupção.

 

 

Seus principais projetos de desenvolvimento para os próximos anos visam à boa utilização do petróleo – abundante fonte de riquezas do país – para a aceleração da economia, incentivando a vinda de novos investimentos, bem como o desenvolvimento da agricultura e a criação de empregos: Ngoji espera, até 2015, criar 3,5 milhões de empregos na agricultura. A reputação e credibilidade internacionais da ministra ainda a auxiliam a Nigéria a conquistar papel crescente na integração regional, bem como disputar com a África do Sul a hegemonia política e econômica no continente.

 

 

Fica assim a esperança, que,  de encontro com os sonhos do historiador burquinense Joseph Ki-Zerbo, a ministra consiga ter o discernimento e senso crítico – bem como criatividade e diplomacia – para buscar promover crescimento que vise o desenvolvimento do país para seu  próprio povo, desvinculando o Estado Nigeriano das amarras da exploração e da dependência dos interesses do sistema financeiro e dos grandes centros econômicos do mundo, acrescentando assim, ao Banco Mundial não só um rosto africano, mas também a alma de um continente que busca seu merecido, e cada vez mais conquistado, lugar ao Sol.