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MaliO que dizem os guias

e o que diz o AFREAKA

Texto e Fotos: Flora Pereira da Silva
Arte: Natan Aquino

 

A cada país que passamos, fazemos uma introdução com o material que pesquisamos nos guias turísticos. E depois da visita, lançamos um confronto confirmando o que vimos e o que não vimos e adicionando novas impressões e descobertas que foram feitas durante a viagem. Hoje é dia de por o Mali em pauta, suas opções de turismo tradicional e alternativo, suas curiosidades e, por fim, sua gastronomia!

 

 

INTRODUÇÃO:

O que dizem os guias: Apesar de ser um dos maiores e mais importantes destinos turísticos da África, no momento, o Mali nem mesmo presente está em alguns guias. Entre 2012 e 2013, o país passou por uma crise que culminou em um golpe e em uma guerra civil, deixando centenas de mortos e milhares de refugiados. No entanto, no segundo semestre de 2013, a situação começou a se estabilizar: com intervenção militar no norte para controlar as rebeliões e eleições realizadas com sucesso. Apesar do norte do país ainda estar instável, o sul é considerado seguro e começa a retomar sua trajetória turística. Por sua carga cultura, o país continua imperdível.

 

 

O que diz o AFREAKA: Visitamos toda a região sul do país – e o clima é seguro e tranquilo. Timbuktu, a cidade que guarda centenas de segredos em suas bibliotecas ainda está fora da rota segura. No entanto, Bamako, Segou, Djenne, Mopti e País Dogon, as estrelas do país, já podem ser visitadas! E são todos destinos imperdíveis. Outra coisa que marca a estrutura do país é a hospitalidade. A palavra parece ter sido inventada no país. Não tem cidadão que não queira te ajudar: hospedagem, contatos, conselhos de vida – os malianos têm o coração aberto para os estrangeiros! A cultura do país também fica no registro: profunda, pulsante e enraizada! É difícil não se apaixonar! 

 

 

Turismo Tradicional

O que dizem os guias: Um bom ponto de partida é conhecer a capital Bamako e seu clima envolvente, com apresentações musicais de alto calibre. No país, o que não falta são patrimônios históricos tombados pela Unesco e cada um, com sua atmosfera especial. Um dos mais indicados é Djenne, cidade com a maior construção de barro do mundo, principal referência da arquitetura maliana. Outro destaque é o País Dogon, região que abriga uma das mais complexas e elaboradas culturas do Oeste Africano. Entre os cenários estonteantes marcados pela Falésia de Bandiagara e as casas encrustadas em suas paredes, estão dezenas de vilarejos e plantações orgânicas para o delírio do olhar do turista.

 

 

O que diz o AFREAKA: No momento, viajar pro Mali já está fora do pacote tradicional. Mas os turistas estão começando a voltar, principalmente na capital Bamako. Os outros destinos estão reprendendo suas atividades, mas é exatamente por isso, que o momento é uma ótima época para conhecer o país. Os melhores lugares e pontos mais atrativos não estão lotados e você pode curtir lugares como Djenne e País Dogon da maneira mais intensa possível. E a recepção calorosa da população local é ainda mais incentivadora: a vinda de turistas significa que a crise está acabando. Uma verdade para todas as cidades visitadas do sul do país.

 

 

Turismo Alternativo

O que dizem os guias: O Mali é uma aula de história viva. Viajar pelo país é uma chance de conhecer a riqueza da cultura africana, aprender sobre seus grandes impérios e entender a herança que essas civilizações deixaram para o mundo. Entre os percursos alternativos para isso está a cidade de Segou-Koro, antiga capital do reino Bambara, onde é possível passear pelas antigas mesquitas, visitar a casa do rei e conhecer o chefe local. Outro destino alternativo é Timbuktu, com suas bibliotecas que guardam segredos centenários sobre astrologia, medicina e filosofia. No entanto, é preciso checar a situação de segurança do destino antes de ir. Timbuktu é a ligação entre o sul e o norte do país e por enquanto não está nas recomendações dos guias.

 

 

O que diz o AFREAKA: No Mali, turismo tradicional e alternativo se misturam. Ao mesmo tempo que Djenne e País Dogon estão nas rotas mais visitadas, é o modo que você realiza a visita é que vai decidir os percursos alternativos da sua viagem. Evite passeios comprados prontos e se jogue no transporte público. Esperar horas para um ônibus ou van sair é uma chance de fazer amizades e passar do nível superficial de conhecimento ao profundo. Procure priorizar os estabelecimentos de propriedade maliana: você vai poder comer, dormir e passar o dia de um jeito muito mais original e verdadeiro. Outra dica para mergulhar na cultura é se aproveitar a programação cultural de cada cidade ou vila: os artistas estão sempre disponíveis para um bate-papo e intercâmbio de ideias. Um passeio de barco ou pirogue pelo rio Niger ou pelo rio Bani entra também para programação alternativa! Timbuktu continua não recomendável para turistas. 

 

 

Curiosidade

O que dizem os guias: O Mali é um país para curiosos. Tentar entender o significado de suas danças tradicionais, das máscaras Dogon ou das bonecas Bambara é um mistério estudado há anos por antropólogos e historiadores. Os conhecimentos e os segredos sobre astrologia e filosofia guardados nas bibliotecas de Timbuktu também podem despertar os sonhos de uma mente inquieta. Djenne, uma cidade inteira construída de bairro, chama atenção nos significados que traz em seus detalhes de arquitetura: a quantidade de triângulos no teto da casa, por exemplo, significa a quantidade de filhos de seus moradores. O barro de cada casa deve ser refeito uma vez por ano, antes do período de chuvas, e por isso as construções mais altas trazem grandes troncos de madeira na sua parte superior, que servem como escada para o trabalho a ser realizado e como apoio da estrutura.

 

 

O que diz o AFREAKA: Ficar muito tempo no país significa ganhar um nome próprio maliano! Nós ganhamos nome e sobrenome: Fatou e Burama Guindo, de origem Dogon. Aliás, a questão do sobrenome já é em si outra curiosidade: cada sobrenome carrega um grande significado. Uma única palavra já diz de onde você vem e quais são suas origens – e os malianos adoram tirar sarro um do outro sobre isso, dizendo quem era rei de quem e quem era escravo de quem nos tempos antigos. A brincadeira é conhecida como “cousinage”. Outro aspecto interessante está no modo Dogon de cumprimentar, que começa com um oi e pode durar até o infinito! São inúmeras formas de dizer “tudo bem?” ou “como está?”. Não é difícil se deparar com duas pessoas que se cruzam e seguem se cumprimentando até se perderem de vista.

 

 

O que provar?

O que dizem os guias: A comida entre Senegal e Mali tem muita coisa em comum: o ingrediente principal é o arroz, que pode ser servido com molho de legumes, cebola ou amendoim – pratos também encontrados no país vizinho. O arroz cozido com água e molho de legumes é chamado de arroz gordo no Mali. Também marcam presente o couscous e o tô, uma massa preparada com milhete, com aspecto de purê, geralmente servido com um molho de legumes relativamente gelatinoso. Como carne, peixe e frango são os pratos comuns. A carne de vaca também pode ser encontrada, mas é mais comum para os momentos festivos.

 

 

O que diz o AFREAKA: No Mali, se jogue na comida de rua. Em toda cidade ou vila é possível encontrar a cada esquina mulheres com grandes panelas que servem os pratos tradicionais por 1/10 do preço de restaurantes e tão ou mais gostoso quanto. Um belo prato de arroz gordo, o risoto maliano, costuma sair por dois reais. A salada também é sucesso no país, que é recheado de hortas por todos os lados. O molho da salada é memorável: preparado com azeite, temperos e mostarda. Outro acompanhamento comum é o aloko, espécie de banana servida frita, normalmente com a salada ou como prato de acompanhamento.

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