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Burkina FasoO que dizem os guias

e o que diz o AFREAKA

Texto e Fotos: Flora Pereira da Silva
Arte: Natan Aquino

 

Os guias turísticos muitas vezes têm um público específico e nem sempre os viajantes se encaixam nas indicações recomendadas. Ainda, os guias disponíveis costumam ser direcionados para turistas europeus ou americanos, com gostos, costumes e cultura diferentes dos brasileiros. Antes de viajar, lemos diferentes guias para nos orientar e colocamos aqui as dicas que pesquisamos sobre cada país, suas opções de turismo tradicional e alternativo, sua gastronomia e suas curiosidades. Depois de passar pelos destinos, damos a nossa versão, confrontando o que vimos e não vimos e dando algumas dicas mais “abrasileiradas” ou mais adaptadas com a proposta do projeto Afreaka: a África protagonista e suas iniciativas locais. Ambas as versões são válidas e juntando as duas fica ainda melhor!!

 

 

INTRODUÇÃO:

O que dizem os guias: Burkina Faso significa “Terra dos homens íntegros” e a sua população leva a fama a sério. Honestidade é uma das características de maior estima na sociedade. O país não é destino típico de turistas, o que faz dele ainda mais especial, com muitos tesouros a serem descobertos. É também a terra de Thomas Sankara, considerado o Che Guevara africano e um dos mais importantes pensadores do movimento pan-africanista. Assassinado, é estimado como um herói nacional e não há cidadão que não fale do ex-presidente com orgulho. Hoje a presidência é ocupada por Blaise Compaoré, que criando leis que permitiam sua reeleição, está no cargo desde 1987. Descontentes, nos últimos anos os burkinabés já saíram várias vezes para rua em protestos. A eleição de 2015 está na lista de prioridades do país, e trocar o presidente é a principal delas.

 

 

O que diz o AFREAKA: Não há dúvida da honestidade no país. Mesmo na capital Ouagadougou é possível se sentir seguro nas ruelas mais escuras da cidade. O presidente, no entanto, realmente não é muito bem visto e a população não vê a hora da nova eleição, embora ainda não existir clareza de quem será a oposição. Enquanto isso, o mundo da arte se engaja na conscientização política da população, trazendo constantemente o tema para diferentes palcos das áreas culturais. Afinal, a música, teatro, dança e artes plásticas se destacam como o tesouro do país e nenhuma língua mais eficaz para discutir política do que a arte. Burkina Faso também conta com uma culinária memorável, com barracas de rua que fazem o turista já pensar em uma segunda viagem. 

 

 

 

 

 

 

Turismo Tradicional

O que dizem os guias: Destino incomum para turistas, Burkina Faso seduz o viajante com suas surpresas. A música e a dança se destacam como opções culturais nas duas maiores cidades do país: Ouagadougou, a capital, e Bobo-Dialasso. Outra dica dos guias são as incríveis paisagens que a região oferece: os picos de Sindou e suas marcantes falésias, o lago de Tengrela e seus hipopótamos ou a Reserva de Nazinga, parque nacional que conta com a presença de inúmeras espécies de pássaros e mamíferos. Não deixe de aproveitar a visita ao país para conhecer a rica cultura dos vilarejos mais afastados da cidade.

 

 

O que diz o AFREAKA: Apesar das inúmeras opções de turismo cultural e ecológico no país, Burkina Faso não está na lista dos países mais visitados da África e esse fato acaba refletindo nos guias de viagem. Mas não se engane, a cultura encanta e a hospitalidade da população faz o turista não querer ir embora. Embora tenha quem não goste do primeiro impacto com Ouaga, apelido carinhoso da capital, a cidade tem muito a oferecer! Festivais de artes plásticas, música, teatro, dança ocupam integralmente o calendário local! Além de belos museus como o Museu Nacional de Burkina Faso, com prédios que marcam a arquitetura moderna típica do país. Aproveitar os maquis (restaurantes/bares) durante o dia para comer e de noite para badalar é outra opção imperdível.

 

 

 

 

 

 

Turismo Alternativo

O que dizem os guias: Turismo cultural é a resposta do turismo alternativo em Burkina Faso e não faltam opções. Na capital, toda sexta-feira acontece em frente ao palácio tradicional uma cerimônia real que relembra a história da formação do império Mossi, o reproduzindo em um ritual formal com a presença de dezenas de importantes chefes tradicionais.  No sul do país, duas culturas deixaram como legado impressionantes arquiteturas: As ruínas de Loropeni, patrimônio tomado pela Unesco, e as casas da corte real de Tiebele, com suas formas geométricas intrigantes. Os guias desencorajam a visita ao sahel, no norte do país, pela proximidade com o vizinho Mali, que viveu momentos de conflitos em 2013.

 

 

O que diz o AFREAKA: Com estabilização da crise, o sul do Mali já está tranquilo e recomeçando a receber turistas. O que faz com que o mesmo caiba para o norte de Burkina Faso, onde é possível começar a sentir o gosto do Saara, com passeios de camelo e noites passadas no deserto. Nas cidades maiores, aproveitar a programação cultural noturna e alternativa é diversão garantida. Ainda, o país, por não ser um destino típico para turismo tradicional, investiu em opções de turismo solidário e ecológico! Assim, aproveitar para conhecer o trabalho das incríveis associações desse meio é uma ótima forma de enriquecer sua viagem. Um destaque é a organização Soutrala Terya, que reverte os lucros do turismo para a alfabetização das crianças da região e já conseguiu escolarizar 92% da população infantil de Sindou. Por fim, não deixe de aproveitar para conhecer a rica produção artesanal do país. 

 

 

Curiosidade

O que dizem os guias: O país é o maior produtor de manteiga de karitê do mundo. Feita com as flores de uma árvore local, a manteiga pode ser usada para o tempero de diversos pratos. Mas é no mundo da estética que ela se destaca. Lábios rachados, pele ressacada e cabelos secos: o produto é solução para tudo e é difícil achar um burkinabé que não carregue um potinho do creme. Outra curiosidade do país é a presença e a importância das florestas e lagos sagrados, onde são realizados muitos dos principais rituais das tradições locais. Entre os que chamam atenção está o mar dos peixes sagrados, um lago a seis quilômetros de Bobo-Dialasso onde a população sacrifica galinhas para a alimentação dos peixes, considerados sagrados. Um cenário de penas e ossos para ficar na memória. Outro lugar curioso é a fazenda de crocodilo Bazoule, nas redondezas de Ouagadougou, onde é possível tirar fotos acariciando os bichinhos.

 

 

O que diz o AFREAKA: A história da fazenda é verdade, mas muitos visitantes consideram a brincadeira “turística” demais. E a menos que você tenha um carro, a ida não sai barata. Transporte público para a região é demorado e a visita não vale uma noite perdida, com tantas outas oportunidades interessantes chamando atenção em Burkina. Uma boa pedida é uma viagem na história dos instrumentos musicais do país. Conhecer o Museu da Música de Bobo-Dialasso é um começo para entender a diversidade e criatividade da produção. Expostos já são mais de 70 instrumentos, entre eles o aclamado Balafon. Aproveite a ida para a cidade para conhecer a Grande Mesquita e a Cidade Velha, um tesouro no meio do contexto urbano, onde é possível descobrir as mais antigas tradições preservadas.

 

 

O que provar?

O que dizem os guias: Como em muitos países africanos, um dos pratos mais importantes na alimentação burkinabé é o tô, um purê consistente e nutritivo feito de milhete ou sorghum, espécies africanas de cereal. Em Burkina, diferentemente dos países vizinho, o tô tem um aspecto mais pegajoso e é servido muitas vezes em um prato com molho aguado. A aparência pode enganar quem não está acostumado, mas uma vez provado é possível se viciar na iguaria. Outra opção de preparação do prato é a troca do milhete pela farinha de mandioca, um resultado de sucesso no país. Já nos restaurantes populares, o mais comum é arroz (temperado ou normal) com molho de amendoim, molho verde (de folhas locais) ou molho de tomate. Nos guias turísticos, não faltam indicações de restaurantes, pizzarias e cafés com os mais variados menus internacionais. No entanto, vale lembrar que a comida local não é encontrada nesses lugares.

 

 

O que diz o AFREAKA: Os guias costumam indicar restaurantes turísticos, que na verdade são raramente frequentados pela população do país. Muitos, inclusive, são de propriedade estrangeira. Além de não ajudar diretamente na economia local, frequentar esses restaurantes pesa pelo menos cinco vezes mais no bolso. A gastronomia do país é rica e cheia de opções, por isso para provar do verdadeiro sabor burkinabé, se jogue nas barracas de comida de rua, nos maquis (pequenos bares/restaurantes) espalhados pela cidade e nos pequenos estandes móveis, onde mulheres trazem em suas panelas deliciosas e generosas porções da comida típica do país. Com aproximadamente dois reais é possível se deliciar! Isso vale para qualquer refeição: café da manhã, almoço e janta. Nossas dicas: sanduíche de rua (abacate, peixe ou carne), arroz gordo, espetinhos de carne ou fígado, salada de abacate, atiekê (grão de mandioca cozido), entre outros! O Oscar da gastronomia vai para o irresistível Dégué, iogurte com milhete! É simplesmente viciante! Pelo país, também estão espalhadas pequenas produções caseiras que fogem do cardápio principal, cada uma com sua especialidade, entre doces, geleias e queijos, com destaque para o queijo de cabra produzido nos arredores de Ouagadougou.

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