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ZimbabweO mundo mágico de Tengenenge
Texto e Fotos: Flora Pereira da Silva
Arte: Natan Aquino

 

Entre o centro e o norte de Zimbabwe está localizada a vila Tengenenge, um lugarzinho mágico a dezenas de quilômetros de qualquer estrada asfaltada. Depois de dirigir algumas horas saindo da capital Harare e adentrar no coração da área rural do país em busca da promessa de uma vila de esculturas, é difícil saber o que esperar encontrar. Na mente curiosa, algumas ideias vão pipocando: uma fábrica? Um galpão com alta produção? Um artista recluso no meio do mato em busca de inspiração?

 

 

E todas as ideias caem por terra ao passar pelo último quilômetro antes de chegar a Tengenenge, depois de horas e horas de um cenário cheio de nada. Estátuas massivas de pedra serpentina que chegam até quase dois metros de altura brotam do solo gramíneo, contrastando abruptamente com a paisagem seca. Algumas em pé, outras tombadas e até quebradas pelos bovinos que circulam pela área.

 

 

Passando pela cerca, logo após o portão de entrada, as estátuas diminuem de tamanho e se multiplicam em centenas, talvez milhares. Sob a sombra das árvores de troncos cumpridos, uma plantação de obras, separadas por estilos e autores em que cada composição traz um traço único e original – todas com um quê de abstrato. Passeando pelos caminhos que se abrem entre uma horta e outra, serve um beliscão para entender que a fazenda de esculturas não faz parte de nenhuma alucinação causada pelo calor vespertino africano.

 

 

Desviando apenas alguns metros desse quase mágico jardim, uma centena de casas tradicionais africanas, onde moram 150 famílias de escultores – todas vivendo exclusivamente da produção artística. As obras criadas em Tengenenge, as mais renomadas do país, são procuradas por curadores e pelo mercado da arte de todo o mundo. O nome significa “começo do começo” e vem do rio homônimo vizinho ao vilarejo. Rio que nasce na mesma montanha onde os escultores buscam a matéria-prima, a pedra serpentina.

 

 

Ativo desde 1966, Tengenenge já leva no ventre três gerações de artistas e começa se encaminhar para a quarta. Para a confecção das obras, nenhum aparelho elétrico, tudo esculpido, polido e lixado manualmente. Nos 4,5 hectares da plantação de arte, não existe treinamento, workshops ou aulas de nenhum tipo. O conceito é a autoaprendizagem. Todos os artistas aprenderam observando os avós, os pais, os irmãos de sangue ou os de afeto. Descendentes de diferentes partes do Zimbabwe, assim como de países vizinhos, o background multicultural dos que ali vivem faz a vila de escultores uma referência estética única no mundo.

 

 

Conheça o site de Tengenenge: http://www.tengenenge-tomblomefield.com/village/village.html

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