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TanzâniaA harmonia visual entre turistas,
pescadores e paisagens 
Texto e Fotos: Flora Pereira da Silva
Arte: Natan Aquino

 

Às quatro da manhã é hora de acordar para os pescadores de Nwungi, uma vila localizada na ponta norte da ilha de Zanzibar, na Tanzânia. As primeiras horas do dia são as melhores para a pesca e, parados a poucos metros da costa, os barcos a vela abiscoitam a cada hora dezenas e dezenas de peixes. O cenário parece de mentira, composto de cores e tonalidades só encontradas em filtros mágicos do photoshop. A água do mar é tão transparente e azul, que disputa a claridade com o céu. O marrom molhado dos barcos reflete o brilho da água e, por fim, os panos das velas brancas e remendadas assumem um tom creme que combina com as poucas ondas e com as poucas nuvens da paisagem.

 

 

Em cada barco, quase cinco homens e, toda vez que um peixe grande é fisgado, um dos cinco pula ao mar e caminha até a areia para exibir – e vender – a conquista no mercado de peixe. Tilápia, dourado, barracuda, peixe-espada, atum – a variedade é grande e o tamanho também. A maioria com mais de um metro e pelo menos algumas dúzias alcançando o dobro do tamanho. O mercado trata-se, na verdade, de um amontoado de gente na praia em frente à pescaria. Ali, centenas de pescadores expõem os seus peixes, que terminarão no fim do dia nos pratos das famílias, dos hotéis e dos restaurantes da região. Com a chegada do sol e o fim da oferta, o local começa a se esvaziar e o agito na vila só voltará dali algumas horas.

 

 

É meio-dia e começa o segundo turno, mas mudam os protagonistas. Dessa vez é hora das mulheres e das crianças. E dentro do mar é hora dos pequenos peixes, mini-polvos, mariscos, arraias e baiacus. Todos os dias, um fenômeno da região faz com que no horário de pico do sol a água do mar recue quase um quilômetro, expondo os corais e as pedras que se escondiam debaixo das ondas, assim como parte de sua fauna. O cenário, mais uma vez, é estonteante. Os barcos, atolados na areia, naufragam por duas horas. Estrelas-do-mar vermelhas, azuis, amarelas ou cinzas pintadas de bolinhas fosforescentes sobrevivem esperando o retorno da água. E as mulheres e as crianças com seus vestidos longos e coloridos terminam de enfeitar a aquarela da paisagem.

 

 

Os turistas começam a pipocar pela região, e sincronizado com o retorno da água ao nível normal, vão chegando dos passeios diários de mergulho e snorkling nas ilhas vizinhas. Com histórias sobre peixes e corais multicoloridos, golfinhos, tartarugas e, em alguns casos relativamente frequentes, sobre um emocionante encontro frente a frente com um tubarão baleia de olha lá uns dez metros de cumprimento. O preço, acessível ao mais econômico dos viajantes, a paisagem de múltiplos azuis e o almoço pescado algumas horas mais cedo fazem do passeio de barco uma fatalidade para quem visita a vila e seus arredores.

 

 

Quando o fim do dia vai chegando, trazendo a brisa que alivia alguns graus do corpo, moradores e visitantes se juntam para praticar esportes, para bater papo na areia ou para um coco não tão gelado nos bares. Cada um no seu compasso, todos admiram o pôr do sol, que claro, não poderia deixar para menos na escala de cores. Manhã, tarde, noite, em Nungwe, a natureza faz questão de chamar a atenção e impossível é achar motivos para contrariá-la.

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