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Burkina Faso

Vieux Quartier, o centro histórico e a Mesquita de Bobo-Dialasso
por AFREAKA

 

 

Bobo-Dialasso, a segunda maior cidade de Burkina Faso, com suas largas avenidas e agitada programação cultural de artes contemporâneas, é um bom destino para quem quer conhecer um lado mais descolado do continente africano. No entanto, para os interessados em história, a cidade não deixa a desejar. No coração da cidade, um pedaço forte de tradição prevalece. O Vieux Quartier (Velho Bairro), conhecido localmente por Kibidwé, é o centro histórico de Bobo, que além de trazer um belo exemplo da arquitetura tradicional do oeste africano, preserva há séculos, quase intacta, a mesma estrutura de organização social.

 

 

 

 

A comunidade é dividida em quatro áreas. A primeira é ocupada pelos griots, considerados os grandes músicos e mensageiros da região, responsáveis por celebrar os batismos e casamentos do bairro. São eles também quem realizam a comunicação do pedido de casamento, fazendo a intermediação entre as famílias do noivo e da noiva. A segunda é composta pelos ferreiros, tão importantes quanto os griots, são famílias formadas por especialistas em produção de medicamentos tradicionais e confecção de armas e instrumentos musicais.

 

 

 

 

A terceira é de animistas, representados pela liderança do Chefe de Costumes, que é ao mesmo tempo chamado de chefe de feitiços e presidente da vila. A quarta área é composta pelo grupo de muçulmanos, representados pelo Chefe de Kanton. As comunidades se completam e vivem em harmonia. No entanto, não há casamentos cruzados. Animistas se casam com animistas, ferreiros com ferreiros e por aí vai.

 

 

 

 

Guias locais especializados oferecem um passeio cheio de informações e lições sobre a história e a cultura local. Mostrando em cada canto do bairro curiosidades, tradições e costumes da população. Entre os destaques, está a Saída das Máscaras, em que cada dançarino representa um espírito diferente. O evento é realizado no sétimo dia depois da morte de um ancião e no mês de abril, quando uma grande cerimônia é celebrada para homenagear todos os anciões que partiram durante o ano.

 

 

Outra atração da região é a Grande Mesquita. Construída em 1893, o edifício é um belo exemplo da arquitetura do Sahel, se agregando junto às construções do Mali à lista das mais bonitas edificações de barro do mundo. O branco de suas paredes se destaca no cenário urbano e suas torres cônicas e estacas horizontais de madeira dão o charme final à estrutura. Diferente das mesquitas do Mali, é possível conhecer o seu interior e subir ao terraço, que oferece uma bela vista da cidade. Imperdível, um passeio pelo bairro é uma lição ao vivo sobre a cultura africana.