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Brasil / África

Unilab – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira
por Bianca Elias

 

O campus da Liberdade, unidade sede da Unilab, está localizado na cidade de Redenção, no Ceará. (Foto: Divulgação)
 

 

A Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira) é a primeira universidade federal no Brasil a servir exclusivamente ao intercâmbio social e cultural de países da CPLP, a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa. Criada em 2010, a instituição recebe estudantes de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Portugal. No entanto, embora todos os membros da Lusofonia – países que tem o português como língua comum – estejam inseridos na proposta, a Unilab é produto de ações que buscam reforçar a relação com os países africanos.

 

 

O campus da Liberdade, unidade sede da Unilab, está localizado na cidade de Redenção, no Ceará, não por acaso a primeira cidade a abolir a escravidão no Brasil, cinco anos antes da Lei Áurea.  Segundo Matilde Ribeiro, diretora do campus do Malês, na Bahia, “a Unilab é uma referência na valorização da história do Brasil considerando o que foi a escravidão no país e a importância de recuperar, reforçar e reorganizar a relação com o continente africano em uma perspectiva de desenvolvimento e não de exploração”. Tendo isso em vista, a instituição tem como premissa a integração entre o Brasil e os países da CPLP, ajudando no desenvolvimento social, econômico e cultural.

 

 

 

“Situada no Recôncavo baiano, a cidade, eminentemente negra por suas características históricas, tem grande importância por receber alunos do entorno e de municípios próximos.” (Foto: Divulgação)
 

 

Atualmente cerca de 5.047 alunos estudam na universidade, divididos entre os cursos presenciais e a distância na graduação e pós-graduação. A Unilab se divide em quatro campus: três no Ceará, estando um deles em fase de construção, e um na Bahia, no município de São Francisco do Conde. “Situada no Recôncavo baiano, a cidade, eminentemente negra por suas características históricas, tem grande importância por receber alunos do entorno e de municípios próximos, e procura o intercâmbio com essa relação histórica e cultural no currículo”. O ingresso na Unilab para os brasileiros existe e acontece exclusivamente a partir do sistema ENEM – SISU. Para os estrangeiros, a seleção acontece nos seus países de origem. Há um trabalho realizado entre os ministérios de relações exteriores, onde a escolha é feita a partir de parâmetros curriculares que o Brasil tem concordância e participa.

 

 

Durante os dois anos que antecederam a inauguração da universidade, um levantamento intenso foi feito em viagens e pesquisas a respeito das problemáticas curriculares comuns aos países da CPLP. Assim, a Comissão de Implantação da Unilab, então coordenada pelo professor e ex-reitor Paulo Speller, definiu os cursos da universidade. Hoje são oferecidos onze cursos no campus Liberdade, na cidade de Redenção, três no Campus do Palmares, em Acarape, e seis no Campus do Malês, na Bahia.  Os cursos oferecidos variam: de agronomia a letras, na graduação, ou ainda os de gestão governamental ou história e cultura afro brasileira, indígena e africana na especialização. Segundo a diretora Matilde Ribeiro, há ainda a previsão de implementação do curso de Medicina.

 

 

 

A Unilab é produto de ações que buscam reforçar a relação com os países africanos.(Foto: Divulgação)

 

 

Os alunos oriundos dos países da comunidade recebem benefícios para sua permanência no Brasil; eles entram dentro da politica educacional de estimulo à inserção de alunos estrangeiros, recebendo bolsa para moradia e alimentação. No entanto, “o projeto prevê que os alunos regressem aos seus países de origem depois de formado. É uma perspectiva de fortalecimento de saberes a serviço do desenvolvimento”.

 

 

A Unilab é um projeto único. Além da garantia do ensino superior, que é missão fundamental de toda universidade, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira prima pela perspectiva de integração e internacionalização de saberes científicos, culturais, sociais e educacionais de países cujos processos históricos se cruzam e necessitam se protagonizar. É uma inovação.

 

 

Saiba mais: http://www.unilab.edu.br/