width="62" height="65" border="0" /> width="75" height="65" border="0" /> width="75" height="65" border="0"/> /> /> /> />
Quênia

Quênia e o gosto por ganhar corridas
por Solange Borges

Paul Tergat (Foto: Wikipedia)

 

 

Não é só em torno da velocidade dos atletas que vive o esporte no Quênia, mas é de longe a modalidade mais lembrada em outras localidades quando se refere ao país da África Oriental. Há também nessa localidade a prática do rugby e o cricket e, em alguns lugares, é o xadrez que desperta paixões.

 

 

Mas, quem não se recorda de uma competição de velocidade em que um queniano ou queniana não ganhou ou ficou na liderança por algum momento? Os brasileiros, por exemplo, já acompanharam grandes feitos deles no atletismo, em corridas de longas distâncias como na competição de São Silvestre.

 

 

James Kipsang Kwambai (Foto: Wikipedia)

 

 

No Brasil, no evento que marca o final do ano, os quenianos já conquistaram 25 títulos, tanto por mulheres quanto por homens. Paul Tergat sozinho conquistou cinco desses títulos. Nas últimas duas edições da corrida, novamente o Quênia subiu no ponto mais alto do pódio e mostrou a superioridade neste esporte que exige disciplina, fôlego e muito treino.

 

 

Em jogos olímpicos, os quenianos conquistaram 79 medalhas no atletismo, participando do evento desde 1956. Entre seus atletas, destaque para o recordista Samuel Kamau Wanjiru, maratonista que ganhou o ouro em 2008 nos jogos de Pequim.

 

 

A morte prematura de Wanjiru, aos 25 anos, com indícios de suicídio, abalou o país em 2011, deixando o Quênia sem um substituto na modalidade à altura para os jogos de Londres, realizado em 2012.

 

 

Samuel Wanjiru (Foto: Wikipedia)

 

 

Performance - Mas, qual seria o segredo para tantas conquistas? Alguns se arriscam a dizer que a alimentação do país regada a ungali, tipo de polenta de farinha de milho, pouca carne e muito vegetal cozido, contribui para a boa performance dos atletas. Outros apontam a geografia do lugar, com terrenos montanhosos e planícies, além da elevada altitude como ponto determinante nas conquistas. Especialistas dizem que na genética esteja a chave, outros ainda a mescla de todos esses argumentos.

 

 

O hábito, antes de tudo, é o primeiro aliado, que ajuda a desenvolver desde cedo a resistência física tão necessária para corridas de longa distância e os colocam na mira de olheiros (pessoas que buscam novos talentos). Por outro lado, como mostra uma reportagem da Revista Go Outside, cidades como Eldoret, que fica a 340 quilômetros da capital Nairóbi, e Iten se mostram muito bem estruturadas para preparar atletas e derrubam mitos como o dos corredores descalços (eles usam tênis para treinar) e o amadorismo. Esses lugares atraem empresários, marcas esportivas e geram muitos novos atletas.

 

 

Robert Cheruiyot (Foto: Wikipedia)

 

 

Mas, longe de ter inúmeros métodos tecnológicos à disposição, os atletas têm acima de tudo vontade de ser campeões, mudar de vida e também a realidade de sua comunidade. Por isso um lema dos quenianos se encaixa muito bem em toda esse desejo de conquistar pódios: “Hakuna noma”, que significa “não existe problema”. Eles levam a rotina dos treinos com gosto e superam a dificuldade com muito mais vontade.

 

 

Logo mais, no último dia de 2014, os atletas do Quênia devem novamente abrilhantar as ruas e avenidas de São Paulo, no Brasil, em mais uma Corrida de São Silvestre, e quem sabe conquistar mais medalhas, deixando o país no topo das competições de velocidade. É esperar para ver.