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Moçambique

Paulina Chiziane e a liberdade de quem conta suas próprias histórias
por Iolanda Barros

 

Foto: Otávio de Souza

 

 

“Se queres conhecer a liberdade

Segue o rastro das andorinhas”

(Ditado chope)

 

 

Tradição, esperança, modernidade, amor, a vida durante tempos difíceis, a África, a mulher – todos essas são as temáticas trabalhadas por Paulina Chiziane, uma contadora de histórias que aprendeu o ofício com sua avó, quando criança, em momentos mágicos ao redor da fogueira.

 

 

Com a publicação do seu primeiro livro, Balada de Amor ao Vento, editado em 1990, Paulina Chiziane tornou-se a primeira mulher moçambicana a publicar um romance.

 

 

“Dizem que sou romancista e que fui a primeira mulher moçambicana a escrever um romance (…) mas eu afirmo: sou contadora de estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da fogueira, minha primeira escola de arte” (Depoimento de Paulina Chiziane na contracapa de Niketche, Lisboa: Caminho, 2002).

 

 

Militante da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) durante a juventude, Paulina iniciou a sua atividade literária em 1984, com contos publicados na imprensa moçambicana. Nascida em Manjacaze, ela cresceu nos arredores da cidade de Maputo, ao sul de Moçambique. Falante das línguas Chope e Ronga, aprendeu a língua portuguesa na escola em que estudou, pertencente a uma missão católica. Começou os estudos de Linguística na Universidade Eduardo Mondlane sem, porém, ter concluído o curso.

 

 

“A inspiração é qualquer coisa que vem do fundo, do fundo mesmo”, nos revela a autora em entrevista à TV Brasil. Apaixonada por escrever e com dez livros publicados, Paulina Chiziane foi ainda premiada em 2003 com o Prêmio José Craveirinha de Literatura, pela obra Niketche: uma história da poligamia. Foi também designada pela União Africana como embaixadora da paz na África em 2010. Lida e estudada internacionalmente, Paulina Chiziane é uma mulher africana que vive a liberdade de contar suas próprias histórias.