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África

O rock africano: atabaques, guitarras e gritos!
por Laís Oliveira

 

A banda sulafricana Agro (Foto: Divulgação)

 

 

Mesmo com o avanço da internet e o encurtamento das fronteiras físicas ainda é difícil encontrar grupos – especialmente os de rock, que fujam do eixo América do Norte e Europa. Neste artigo não se pretende criticar a produção musical destas regiões, mas sim evidenciar um continente que há muito tempo vem produzindo mais e mais artistas de qualidade, a África. Os fãs que estão em busca de novidades no mundo da música certamente vão se surpreender com o número de bandas de rock, que vão desde o progressivo ao heavy, surgindo a cada dia fora dos chamados ‘grandes centros’ do continente africano.

 

 

 

Overthrust, de Bostsuana (Foto: Divulgação)

 

 

Não é de hoje que a África se caracteriza pela sua diversidade musical, o Brasil por exemplo, é um dos países mais influenciados por esta pluralidade. Contudo, quando se trata de rock, o continente, apesar de ter uma produção ativa desde os anos 1970, ainda não figura entre os países de referência, mesmo não faltando exemplos que endossam a tese de que o rock africano está na ativa há muito mais tempo do que se imagina.

 

 

Botswana, localizado no sudoeste africano, é uma das nações que se destaca pela efervescente produção fonográfica. O país de pouco mais de dois milhões de habitantes revelou nas últimas décadas grupos como a Skinflint, Wrust e Overthrust, todos com altas visualizações no YouTube. Apesar de se apresentarem em outros continentes, como a Europa, e cantarem em inglês, nenhum destes conjuntos deixa de lado suas origens, que estão presentes na característica da sonoridade – provendo uma interessante dança entre guitarras distorcidas e atabaques – e nas letras cantadas no idioma local.

 

 

 

Banda Skinflint (Foto: Divulgação)

 

 

Nota-se, no entanto, uma disposição das bandas em realizar uma mescla entre as influências externas e a necessidade de se preservar as raízes. Os conjuntos africanos em sua maioria buscam um ponto de equilíbrio entre canções em inglês e as compostas na língua local de cada país. Poucos são os que cantam somente na língua de origem. Neste contexto está o grupo de trash metal Sasamaso. Fundado em 2002, em Madagascar, o grupo apresenta canções em inglês, mas também em malgaxe, uma das línguas oficiais do país. A banda ainda chama a atenção pelos vocais agressivos da cantora Rasah.

 

 

Em todo o continente, a África do Sul é maior responsável pela chegada de novos nomes ao mercado musical. Ao longo do tempo o país revelou mais de 40 grupos, entre os principais estão a Agro, fundada em Joanesburgo no início dos anos 1990, e influenciada por nomes como Judas Priest e Helloween, e o Juggernaught, de Pretória.

 

 

 

Banda Wrust (Foto: Divulgação)

 

 

Botswana, Madagascar e África do Sul são apenas três exemplos para demonstrar que a África está e sempre esteve conectada e atenta ao que acontece no mundo da música ao redor do planeta. Porém ainda é muito complicado ouvir falar em bandas de rock africanas, uma vez que o mercado mundial expõe apenas conjuntos já estabelecidos e com público consagrado. O pouco que se fala sobre a música de África nos grandes veículos ao redor do mundo ainda se resume aos sons encantados de Fela Kuti e Miriam Makeba.

 

 

No entanto, já é possível ver mudanças. Pouco a pouco, com a ajuda da interatividade existente no mundo online, as bandas mesmo que iniciantes começam a ganhar reconhecimento e visibilidade. No site Metal 4 Africa, por exemplo, é possível encontrar informações sobre diversos grupos e sobre os eventos que acontecerão em todo o continente. Com a força do efeito dominó, do avanço tecnológico e dos bons ouvintes de música que acabam difundindo essas informações para outros sites alternativos, como o nacional Whiplash, o futuro promete muitas e boas novidades sobre as bandas de rock africano.