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África

Mídias independentes: a África por outros olhares
por Maria Helena Barros

 

 

A mídia é uma das grandes responsáveis pela maneira como a população enxerga e percebe o mundo a sua volta. No Brasil, são 11 famílias que controlam grande parte dos meios de comunicação de massa. São elas que decidem o que os leitores devem saber, como se vestir, o que beber, o que pensar. Esse fato também se faz presente em alguns países da África. São poucas pessoas que controlam a mídia e geralmente mostram uma África cheia de estereótipos que não representam de fato a diversidade do continente africano e todas as pessoas que vivem nele.

 

 

Para mostrar a África sem os estereótipos e clichês da grande mídia, vêm surgindo no continente várias iniciativas inovadoras. Uma delas é a revista Chimurenga produzida por escritores, artistas e políticos na África do Sul. Criada em 2002, a revista tem como objetivo desafiar o modo que as pessoas pensam, como se veem e como olham para o mundo ao redor delas, dar voz às pessoas normalmente esquecidas pela sociedade. Chimurenga já possui 15 edições e, além disso, conta com uma versão de bolso, a Chimurenganyana.

 

 

 

 

Também na África do sul, temos o coletivo anarquista Tokologo – African Anarchist Collective, que produz um boletim informativo que leva o mesmo nome do grupo. O projeto tem por objetivo dar voz e visibilidade às pessoas marginalizadas da população, se dedicando também à luta pela liberdade plena da classe trabalhadora e pobre. O informativo, que é feito de maneira colaborativa, é distribuído gratuitamente além de possuir versão online. O boletim está em sua quarta edição e pode ser acessado no link: https://zabnew.files.wordpress.com/2014/11/tokologo-04.pdf

 

 

 

 

Em Angola cabe destacar a Rede Angola de Jornalismo Independente, um portal informativo e de entretenimento que visa contribuir para a divulgação da atualidade e do pensamento angolano, abordando temas que fazem parte da realidade social, política, cultural e econômica do país. Além de ser um portal de informação, o projeto busca também o diálogo e a comunhão da diversidade. A Rede Angola acredita que o jornalismo independente e a proximidade dos conteúdos com a população é uma ferramenta transversal para a construção da cidadania e consequentemente para a democratização do acesso à informação. Saiba mais sobre o projeto aqui: http://www.redeangola.info/sociedade/

 

 

 

 

Por fim, cabe destacar a TV comunitária Soweto de Johanesburgo. A emissora busca uma nova maneira de se trabalhar com televisão comunitária, Todos os assuntos discutidos na TV de acordo com Jonathan Ramotsi, um dos idealizadores do projeto, passam pelo interesse da comunidade local. Antes de um programa ir ao ar, há uma reflexão se esse conteúdo atende as necessidades da população local na qual a TV está inserida. Há periodicamente os stakeholders meetings, onde qualquer membro da comunidade pode entrar na emissora e dar sugestões, opiniões, ajudar e decidir como ela pode e deve ser administrada.

 

 

Iniciativas como essas demonstram que as pessoas não querem somente receber informações, mas também produzi-las, contar com suas próprias vozes suas histórias e sua cultura, falar sobre a realidade que os cercam do seu jeito, mostrar quem são de verdade e reivindicar o inestimável valor do que têm a dizer.