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Brasil / África

Jeferson De e o cinema negro no Brasil
por Iolanda Barros

 

Jeferson De (Foto: Divulgação)

 

 

Jeferson De é um dos mais importantes cineastas negros da atualidade, protagonista de um cinema que busca eliminar os estereótipos que costumam associar o negro à marginalidade, à violência, ou a papéis secundários na trama. Foi um dos idealizadores do Dogma Feijoada, (apelido para “Gênese do Cinema Negro Brasileiro”), fundado em 2000. Ao mesmo tempo uma crítica e um manifesto, o Dogma Feijoada propunha uma produção cinematográfica feita por e para negros, defendendo uma representação não estereotipada dos personagens afrodescendentes no cinema brasileiro.

 

Paulista de Taubaté, Jeferson De é formado pela Universidade de São Paulo, onde começou estudando Filosofia para depois migrar para o audiovisual. Dirigiu diversos curta-metragens, entre eles Distraída para a Morte, cujo título é inspirado em uma canção do cantor pernambucano Otto, Carolina, sobre a escritora Carolina de Jesus, e o premiado longa-metragem Bróder, que foi sucesso de público e crítica. Tratando de racismo, urbanidade, vida na periferia, violência e amizade, entre outros temas, Bróder foi rodado no Capão Redondo, teve sua pré-estreia no prestigiado Festival de Berlim e foi o vencedor do Festival de Gramado em várias categorias, dentre elas melhor filme, diretor e ator, em 2010.

 

 

 

Cena do filme Carolina

 

Mas a questão racial, embora crucial para sua obra, não é seu único tema e o último filme dirigido por Jeferson De, lançado recentemente, parece ter uma proposta bem diferente dos filmes que dirigiu até então, ainda que continue sensível à temática da diversidade e das diferentes subjetividades. “O amuleto”, seu segundo longa, é um suspense sobre a bruxaria em Florianópolis, Santa Catarina, protagonizado por mulheres, trazendo à tona a temática da religiosidade associada a questões de gênero.

 

Sempre com o compromisso de formar público para o cinema nacional, ao longo de sua trajetória, Jeferson De amadureceu, mas não abandonou os princípios do Dogma Feijoada e continua construindo outras possibilidades de representação do negro nas telas e na indústria cinematográfica.