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Benim

Ishola Akpo – o artista do não descritível
por Kauê Vieira e Iolanda Barros

 

 

Ishola Akpo é um artista inovador e versátil que explora as diversas linguagens artísticas no limite entre realidade e ficção. Multimídia, plural, metafórica, transcultural – não é simples encontrar um adjetivo capaz de descrever sua obra.

 

 

Vencedor de vários prêmios, como o Heinrich Boell Foundation e o Freelens Webdoc Photography Festival em Toulouse, Ishola Akpo tem uma carreira internacional e exibiu sua arte em diversos festivais, como o Transcultural Forum of Contemporary Art, em 2008, e em outros festivais de artes visuais pelo mundo.

 

 

Nascido na Costa do Marfim, o artista hoje vive no Benin e integra um grupo de jovens artistas de África que visam reclamar posse de sua própria cultura em prol da criação de uma identidade africana moderna e inovadora. Ishola se caracteriza por experimentar as possibilidades do digital para assim criar uma colagem fotográfica única. O marfinense atua em diferentes níveis de leitura de imagens e metáforas e sua criação artística é inspirada principalmente na vida cotidiana do Benin e claro, nas raízes da terra natal.

 

 

 

 

Uma de suas principais performances solo é ‘constipação’, que integra uma abordagem cidadã. Em um mundo onde a violência cresce no mesmo compasso da indiferença, Ishola reflete sobre a criação como ferramenta de conforto, poesia e luz. Contudo, o artista se questiona sobre as maneiras exigidas para atingir tal objetivo em um mundo com suas regras e fronteiras.

 

 

Em sua obra, a fotografia digital é a linguagem que conecta mundo interior e exterior, estética e conceito. Como qualquer criador, Ishola Akpo levanta a questão do papel do artista no mundo contemporâneo e mostra que existem outras maneiras de representação da existência, que consideram as pessoas em relação aos seus corpos, à luz, ao contexto, à sociedade e ao cotidiano.

 

Fotógrafo não-descritivo, Ishola Akpo tem como sujeito preposto os múltiplos aspectos do corpo humano. Para ele, a fotografia é uma forma rápida de cavar questões que dão vida à realidade interior, propondo uma alternativa para a invasão da imagem na sociedade. Assim, fotografia e tecnologia são intrínsecas, e partes incontornáveis da vida contemporânea. “Viver a arte digital é viver no tempo. É a oportunidade da transformação após o disparo e de criar algo para além da imagem.”