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Brasil

Ilú Obá De Min: mãos femininas que tocam tambores
por Bruna Menezes

 

 

Desde 2004 um grupo de arte e cultura negra vem se estabelecendo no meio cultural paulistano. Sob a coordenação de Beth Beli, pesquisadora de manifestações das culturas de matrizes africanas e afro-brasileiras, o Ilú Obá De Min é um coletivo de tambores e corpo de baile com a participação exclusiva de mulheres, que hoje já conta com aproximadamente cento e cinquenta participantes.

 

 

 

 

O objetivo do grupo é desenvolver atividades de empoderamento da mulher através da arte e de enfretamento do racismo, sexismo, discriminação, preconceito e homofobia, além de preservar e divulgar a cultura negra no Brasil, mantendo diálogo cultural constante com o continente africano através dos instrumentos, dos cânticos, dos toques e da corporeidade.

 

 

 

 

Ilú Obá De Min, que significa mãos femininas que tocam os tambores para o rei Xangô, nasce para renovar a tradição, uma vez que nos costumes do candomblé as mulheres não são autorizadas a tocar o instrumento. A arte-educadora e musicista, Beth, explica que o grupo procura alimentar uma forte ligação com raízes africanas e que por isso inspirou-se em tradições nigerianas onde a prática é permitida para ambos os sexos.

 

 

A base musical do coletivo são os ritmos do candomblé e também o afoxé, o jongo, maracatu, boi, ciranda, entre outros compassos da cultura popular. Entre ritmos afro-latinos e africanos, o grupo é composto pelo corpo de baile, cantoras e brincantes fantasiados de Orixás africanos que dançam sobre pernas de pau em meio ao publico, representando os orixás.

 

 

O grupo tem como principio uma intervenção cultural que se propõe a inserir nos espaços urbanos antigas tradições, para desenvolver reflexões sobre a identidade cultural brasileira e o nosso processo histórico de afastamento com antigas tradições e culturas que permanecem esquecidas.

 

 

Como base para a construção de uma melodia, coreografia e figurino, a cada ano é escolhida como inspiração uma mulher negra ou relacionada à mitologia Yorubá, à cultura afro-brasileira ou africana. Este ano a homenagem vai para Nega Duda e o samba de roda do recôncavo baiano. Para quem quiser conferir ao vivo, o bloco desfilará no dia 28 de fevereiro e no dia 2 de março em São Paulo, no Centro e na Barra Funda, respectivamente.

 

 

Para saber mais: Facebook Ilú Obá De Min