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Iran

Ensaio fotográfico revela costumes e tradições de comunidade afro-iraniana
por Juliane Cintra

 

Ensaio Fotográfico Afro-Iran – Mahdi Ehsaei (Foto: Divulgação)

 

 

Desvendar a diáspora africana em sua totalidade é uma tarefa ainda em curso, que reserva muitas surpresas a cada nova descoberta. Imaginar esse processo em nações como o Brasil e os demais países do continente americano remonta rapidamente à colonização e ao tráfico de escravizados. Porém, ao tratar de outras regiões do mundo, como o Oriente Médio, nem sempre tal associação é tão imediata.

 

 

Imaginar a existência de uma comunidade de descendentes africanos, formado por negros e negras, no Irã pode soar – ao primeiro momento – como novidade, porém estes povos possuem uma trajetória que resgata uma história que começou ainda no século IX, na fronteira com o Golfo Pérsico.

 

 

 

A maioria da população afro-iraniana descende do tráfico de escravizados que ocorreu no Oceano Índico. Porém, é importante destacar que esta região era dominada por mercadores afro-árabes, que criaram as primeiras rotas de comercialização ainda no século IX, o que assegura um processo migratório que antecede a escravidão. (Fonte imagem: Ajam Media Collective. 20 de junho de 2012)

 

 

Foi neste universo que o fotógrafo, Mahdi Ehsai, documentou a presença dos afro-iranianos por dois meses em 2014. Segundo entrevista concedida ao The Guardian, Mahdi destaca ter encontrado uma “subcultura dentro de um país”. Para o próprio fotógrafo ouvir pela primeira vez o termo afro-iraniano foi uma grande surpresa. “Eu comecei meu projeto com a intenção de revelar novas perspectivas e faces não familiares do Irã”, revela.

 

 

 

Ensaio Fotográfico Afro-Iran – Mahdi Ehsaei (Foto: Divulgação)

 

A região escolhida por Mahdi foi Hormozgan, em Bandar Abbas, local que concentra a maioria da população negra do Irã, reconhecida também pela assimilação aos costumes árabes. De maioria xiita, os afro-iranianos deste local mantêm muito de sua tradição milenar. Um exemplo é a influência de um culto chamado Zār, que também pode ser encontrado em populações indígenas no Egito, Sudão e Etiópia.

 

 

A prática do Zār tem suas raízes em crenças que encaram a dança a partir de suas potencialidades de cura, o que resultou, por exemplo, na criação da dança e música Bandari, que no Ocidente foi amplamente difundida por meio de suas roupas brilhantes e da figura da odalisca, tendo origem na África.

 

 

 

 

Mahdi Ehsai é alemão com descendência iraniana, além do ensaio Afro-Iran, entre os seus projetos encontram-se outros registros sobre o país, como 50 impressões do Irã, em que o jovem compartilha as fotos de suas últimas três viagens ao país, realizadas com um Iphone. De acordo com o fotógrafo, esta iniciativa tem o objetivo de estimular o compartilhamento das impressões das pessoas sobre o mundo que avistam.

 

 

Conheça o projeto Afro-Iran e as demais produções do artista em seu site, em inglês. É possível, também adquirir o livro do projeto, que traz as 60 fotos do ensaio.