width="62" height="65" border="0" /> width="75" height="65" border="0" /> width="75" height="65" border="0"/> /> /> /> />
Nigéria

Chimamanda Adiche – escrevendo uma nova história para África
por Juliana Cristina

 

Foto: Reprodução

 
 

Escritora, palestrante, militante feminista e um grande sucesso internacional. Estes são só alguns títulos que começam a descrever a carreira de sucesso que Chimamanda Ngozi Adichie vive. Nascida na cidade de Enugu, na Nigéria, Chimammanda é reconhecida internacionalmente como uma das jovens escritoras mais proeminentes na atualidade. Tendo seus livros publicados em mais de 30 línguas, a autora entrou em 2010 e 2014 na lista de escritores anglófonos mais importantes com idade inferior a 40 anos e já recebeu por sua obra prêmios como o “Commonwealth Writers” e o “Orange Prize”.

 
 

Saída aos dezenove anos de casa, na cidade de Nsukka, no sudeste de seu país natal, onde vivia com sua família, Chimamanda mudou-se para os Estados Unidos onde estudou por dois anos comunicação e ciência política, e fez mestrado em escrita criativa na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Atualmente, seu tempo se divide entre a Nigéria e os Estados Unidos, países nos quais ela ensina regularmente em cursos de escrita e dá palestras sobre diversas temáticas.

 
 

Imigração, desigualdade nas relações étnico-raciais e de gênero, saudades da terra natal e a situação político-social vivida pelos países africanos são temas presentes em toda sua obra, composta por romances, peças teatrais, poemas e coleções de histórias. Com 14 prêmios de literatura, 3 em outras categorias, diversas honrarias acadêmicas e nomeações para outros prêmios, Adichie possui 4 livros lançados: “Meio Sol Amarelo” (2008), romance que narra a história da Guerra Civil da Nigéria, também conhecida como guerra Nigéria-Biafra; “Hibisco Roxo” (2011), que apresenta um panorama da Nigéria atual em uma mistura de autobiografia e ficção; “Americanah” (2014), seu livro mais famoso e que narra a história de amor dos personagens Ifemelu e Obzine, enquanto fala de questões raciais, imigração e desigualdade de gênero; e “A coisa à volta do teu pescoço”, coleção de doze histórias protagonizadas por mulheres fortes. Todos os livros estão disponíveis em português.

 
 

 
 

Para além de sua produção escrita, Adichie vem ganhando fama e reconhecimento público por suas palestras. Em 2009, a autora falou no TEDx sobre “Os perigos de uma história única”, fazendo a crítica ao modo como a África e demais regiões colonizadas são apresentadas na grande mídia mundial. Mais recentemente, em 2012, Chimammanda voltou ao TED para apresentar uma palestra intitulada “Todos nós deveríamos ser feministas”, na qual contou parte de sua experiência com o feminismo e refletiu a importância de uma luta conjunta por igualdade de gênero. A palestra correu o mundo através das redes sociais e em 2013 diversos trechos do discurso foram utilizados pela cantora norte-americana Beyoncé na letra da música “Flawless”.

 
 

 
 

“Escolher escrever é rejeitar o silêncio”. Esta frase de Chimamanda representa parte da importância de sua iniciativa: ao retratar em sua escrita, cursos e palestras novos relatos sobre a mulher negra africana, Chimamanda Ngozi se coloca em um local de fala protagonista, e de alcance mundial, quebrando estereótipos criados pela grande mídia sobre a África e contando uma história diferente que empodera e dá voz a seus habitantes.