width="62" height="65" border="0" /> width="75" height="65" border="0" /> width="75" height="65" border="0"/> /> /> /> />
África do Sul

Centro acadêmico sul-africano promove vivência sustentável
por Bianca Elias

 

O instituto funciona como um centro acadêmico voltado para mestrado e doutorado amparado pela vivência sustentável, comunitária e transdisciplinar. (Foto: Reprodução)

 

 

Quando se fala em iniciativas educacionais inovadoras, os palcos que as recebem geralmente ficam restritos às escolas de ensino primário, fundamental ou médio, poucas vezes extrapolando os limites etários ai estabelecidos. No entanto, é na ecovila de Lynedoch, localizada a 30km de distância da Cidade do Cabo, na África da sul, onde se encontra o Instituto de Sustentabilidade (Sustainability Institute), um centro acadêmico voltado para mestrado e doutorado amparado pela vivência sustentável, comunitária e transdisciplinar.

 

 

Tudo começou em 1999, quando a educadora sul-africana Eve Annecke, ao lado de seu marido Mark Swilling, fundaram o Instituto de Sustentabilidade. Desde então a integração horizontal entre ecologia, estudo acadêmico e arte se estabeleceu como prioridade. No Instituto, as tardes são preenchidas por aulas como teatro e pintura, onde outras condições para o equilíbrio do centro se evidenciam: criatividade e relaxamento mental. Tudo é baseado na sustentabilidade.

 

 

A ecovila, que também abriga uma creche, uma escola e diversas casas de moradores locais, é inteiramente ecológica: faz uso de energias renováveis, pratica a agricultura orgânica e recicla tanto a água do esgoto, como a de chuveiros e cozinha de todo o complexo. Um dos programas mais concorridos de mestrado é justamente o de desenvolvimento sustentável, que une o planejamento e o trabalho prático nos variados ambientes verdes da ecovila. Uma segunda linha seguida pelo Instituto é a transdisciplinaridade. Além da vivência quase paradoxal do local ecológico, verde e sustentável aliado ao estudo acadêmico, a prática e a teoria bem como a diversidade e a unidade andam unidas. O Instituto zela por uma formação em comunidade, onde todos coloquem a mão na massa nas atividades locais, ao mesmo tempo em que prioriza a singularidade de cada um – alunos de diferentes países africanos e de outras partes do mundo convivem juntos, partilhando suas culturas e agregando seus saberes durante o processo de aprendizado.

 

 

 

A engenheira Abena Sackey Ojetay atua como diretora executiva do Instituto de Sustentabilidade da África do Sul. (Foto: Reprodução)

 
 

O Instituto, que não deixa de lado o olhar acadêmico, é vinculado à Universidade de Stellenbosch, localizada na Cidade do Cabo. No entanto, essa filiação é também uma tentativa de apagar ou ao menos apaziguar os efeitos do apartheid, regime de segregação racial vivido pela África do Sul entre 1948 e 1994. A Universidade formou presidentes e primeiros-ministros desse período da história do país, e filiar-se ao Instituto e desenvolver parcerias em cursos que construam e disseminem a inclusão é uma maneira de reconstrução de uma ideologia ainda vigente.

 

 

Tudo o que acontece no Instituto nada mais é do que uma resposta à uma problemática global: a incapacidade de nos relacionarmos inteiramente com o mundo ao nosso entorno e com nós mesmos. Aliando os pés na terra, literalmente, dos estudantes, junto à aproximação de diversas áreas de conhecimento, que por vezes são mensuráveis e outras apenas sentidas, o Instituto desconstrói o paradigma da universidade teórica, voltada para o mercado de trabalho – aqui, a preocupação está em recriar o ser humano para o mundo, com olhos para a meio ambiente, para a comunidade em seu entorno e, ainda assim, para a profissão que deseja exercer.

 

 

Saiba mais: http://www.sustainabilityinstitute.net/