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África

A aquicultura como renda e alimento de cidades africanas
por Mariana Grilli

 

Segundo a FAO, a África pode registar o maior crescimento da aquicultura na próxima década. (Foto – Reprodução)

 

 

A rápida urbanização da África, que está por volta de 7 a 10% anualmente, traz ao debate importantes questões em relação à insegurança alimentar, que precisa ser enfrentada por governos locais e nacionais do continente. Estes pontos de discussão estão resultando em parcelas cada vez maiores de famílias se envolvendo em práticas de aquicultura, como forma de vida e recurso para alcançar maior segurança alimentar.

 

 

Uma das soluções encontradas em curto prazo é a aquicultura em que o cultivo e a pesca são feitas em cativeiros. Ela pode oferecer peixe a menor custo, criar emprego nas comunidades mais pobres, atender as necessidades do mercado consumidor urbano, além de ofertar carne branca para alimentação, conhecidamente a mais saudável de todas.

 

 

De acordo com relatório lançado em 2014 pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a África pode registar o maior crescimento da aquicultura na próxima década. O crescimento anual no continente africano deve continuar a ultrapassar os 5%, com países em destaque como Angola, Nigéria, Senegal e Tanzânia.

 

 

O cultivo e venda de peixes em Dar es Salaam, na Tanzânia, está calcado na tilápia, espécie predominante nos criatórios dentro e ao redor da cidade. Uma pesquisa inicial em três municípios diferentes, Kinondoni, Ilala e Temeke – dentro da área metropolitana de Dar es Salaam – indicou que cerca de 50 hectares de terras são usados para atividades piscícolas.

 

 

 

Atualmente, a urbanização de África está entre 7% e 10% por ano. Clique de Adis Abeba, na Etiópia. (Foto – Wikipédia)

 

 

Na periferia de Dar es Salaam, a aquicultura está crescendo rapidamente e se tornando combustível também para o reconhecimento da sociedade. Cerca de 55% dos piscicultores consideram a criação de peixes em tanques uma atividade que aumenta o seu status social, além de produzir recompensas tangíveis.

 

 

Já no Senegal, o principal mercado popular de peixe se chama Yoff e está localizado no bairro de Yarakh, na capital Dakar. Ele é, acima de tudo, um centro de abastecimento para restaurantes e varejistas, além de ter se tornado ponto turístico. No local é possível estar em contato com espécies de peixe como barracuda, sardinha e espada e também comprar outros frutos do mar.

 

 

Na África do Sul, apesar de a aquicultura ainda estar em processo de desenvolvimento, muitas prefeituras já reconheceram seu potencial como opção de vida, como a cidade de Durban, que já incorporou o criadouro de peixes como atividade econômica inserida na aquicultura. Devido à riqueza de recursos marinhos, o país tem uma estrutura de comercialização de peixes, formal e informal, muito bem estabelecida.

 

 

Já Angola, de acordo com o Ministério das Pescas, alcançou em 2014 uma produção pesqueira de 396 mil toneladas, ultrapassando metas em 6,3%. Ainda em relação a 2014, foram exportadas 41.287 toneladas de mariscos, peixes, farinha de peixe e 1.425.522 milhão litros de óleo de peixe.

 

 

Também foram inauguradas várias infraestruturas de apoio à indústria de pesca, como centros de apoio à Pesca Artesanal e às mulheres processadoras de pescado nas províncias costeiras de Angola. Estes são números concretos e recentes do país, que ilustram como o mercado de pesca está, de fato, atuante em África e deve ser uma das apostas do continente.