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Brasil / África

Agricultura impulsiona relação entre Brasil e África e resulta em negócios de US$ 26 bilhões
por Mariana Grilli

 

Com crescimento médio anual de 5% e expectativa de melhora nos próximos anos, o continente africano tem sido visto como grande parceiro em potencial do Brasil. (Foto: Reprodução) 



Quando se pensa na relação entre Brasil e África é difícil não se lembrar da culinária. A presença africana ajudou a formar a cozinha brasileira e está em diferentes pratos, seja no famoso acarajé ou na couve que acompanha a feijoada. Entretanto, para que a comida chegue até o prato das pessoas, o mercado de Agronegócio tem se estreitado cada vez mais entre os dois lados do Atlântico e hoje o Brasil é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo e o primeiro fornecedor do continente africano.



“Em termos de corrente de comércio, o Brasil com a África, no último ano, somaram US$ 26 bilhões, cerca de US$ 19 bi que nós compramos do continente africano e outros US$ 7 bi que nós exportamos”, explica o gerente de Estratégia de Mercado da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Thiago Pessoa.



Pessoa assume que há uma relação deficitária com a África muito por conta de grandes volumes de petróleo e outros recursos naturais que o Brasil importa de lá. Por outro lado, isso significa também que há um espaço muito grande para o crescimento e consequentemente o equilíbrio dessa essa balança de importação e exportação.



Mesmo que a África ainda dependa da importação de alimentos, a atuação africana na agricultura já se faz notável, como é o exemplo do caju, algodão, tabaco, café, açúcar e o cacau. Aliás, este último tem a maior produção do mundo realizada na Costa do Marfim que exporta para todos os continentes.



“15% de todo o cacau consumido no globo é proveniente da Costa do Marfim. Mesmo os mais famosos chocolates como o suíço e o belga contam com uma parcela, mesmo pequena, da produção africana”, afirma o conselheiro da UEMOA (União Ecônomica e Monetária do Oeste Africano), Gérard Scerb.



A UEMOA é integrada, além da Costa do Marfim, por Senegal, Togo, Benin, Guiné-Bissau, Mali, Niger e Burkina Fasso. Estes oito países representam 300 milhões de consumidores do agronegócio brasileiro e taxa de crescimento de 6% a 8%, sendo um mercado comum para a região conhecida também como África do Oeste.



A conselheira do Ministério do Comércio Exterior da Costa do Marfim, Fanta de Font-Reaulx, defende que a África é um importante mercado do presente e também para o futuro e ressalta a necessidade de investimento em infraestrutura por parte do Brasil: “É preciso investir em logística, portos, aeroportos, meios de o Brasil chegar mais fácil ao continente”, defende Fanta.



Com crescimento médio anual de 5% e expectativa de melhora nos próximos anos, o continente africano tem sido visto como grande parceiro em potencial do Brasil. Sinal disso é a atuação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agronpecuária) e do SENAI na África, o que tem garantido um trabalho colaborativo na capacitação tecnológica e profissional.



Esta parceria tem se mostrado tão promissora que apenas em três dias, durante a realização da FEAFRO (Feira Internacional Afro-Étnica de Negócios), que aconteceu em outubro passado na cidade de São Paulo, US$ 70 milhões foram gerados, somente nas rodadas de negócio da Apex, entre os ramos de Alimentos e Bebidas; Máquinas e Equipamentos e Casa e Construção.



A expressividade dos números torna possível concluir que a aproximação entre o continente africano e o Brasil não só é viável, como real e está acontecendo em diferentes âmbitos, como é o caso do agronegócio. Contudo, é preciso que o Brasil torne esta relação o mais colaborativa e sustentável possível para que ambas as partes sejam bem sucedidas. De certo, a África não quer apenas importar alimentos, mas investir em tecnologia e logística para ter as próprias ferramentas de desenvolvimento.