O alemão Robert Henke apresenta um espetáculo de laser e som nunca vistos em África (Foto: Divulgação)
É crescente o número de africanos, de diversos países, usando a tecnologia como ferramenta de desenvolvimento social e também como mais uma maneira de empreender. Na crista desta onda estão os jovens, estes que representam bem a África que habita o século 21. Qualificados, muitas vezes ativistas e cientes de seus objetivos, eles se reúnem em universidades, praças e vez ou outra realizam festivais, tudo com o intuito de compartilhar ideias para juntos construírem novas ferramentas.
Nesta linha está o ‘Fak’ugesi: Festival de Inovação Digital Africana’, que durante três semanas entre os meses de agosto e setembro invade o campus da Universidade de Wits, em Joanesburgo, com conferências independentes, exposições, oficinas e mini-cursos. Em sua segunda edição, o ‘Fak’ugesi’ discute tudo o que se relaciona com tecnologia, incluindo conversas sobre software, hardware, networks, conteúdo digital e jogos.
Criado para realizar uma mudança no poder da cultura digital em África, o festival pinçou palestrantes de diferentes países africanos, como o Quênia e a África do Sul e também de outros continentes. Entre os destaques está o programador Kent Beck, que há quatro anos atua no Facebook auxiliando o desenvolvimento de ferramentas e trabalhando na melhoria de questões relacionadas com privacidade dos usuários, além de treinar promissores engenheiros de computação. Ele fala ao público sul-africano sobre como o Facebook percebeu a força das mídias sociais enquanto outros a esnobaram.
Jovens do Quênia, África do Sul e Inglaterra comandam um workshop colaborativo (Foto: Divulgação)
Outro destaque é o workshop colaborativo ‘Visão Futurística e Especulativa de Joanesburgo’, que reúne um time de quatro criativos jovens ligados em tecnologia e que colaboram juntos durante as três semanas de festival em um laboratório aberto. O Museu de Arte de Wits foi o espaço escolhido para receber as artistas midiáticas e ativistas britânicas Kasia Molga e Ling Tan, o tecnólogo sul-africano Nathan Gates e queniana Jepchumba, responsável pela plataforma African Digital Art e uma das convidadas da primeira edição do ‘Festival Afreaka’,
Ainda pensando em um intercâmbio de informações, o festival abriga importantes líderes que integram a Agile, grupo fundado para pensar a criação de softwares de forma coletiva. Eles ministram uma palestra acompanhados de novos e promissores talentos africanos. De acordo com os organizadores, a conferência é uma oportunidade de engajamento para enfrentar o desafio posto de desenvolvimento de software em África.
Contudo antes de iniciar os trabalhos, os organizadores prepararam uma surpresa ao público, a presença inédita em solo africano do alemão Robert Henke. Considerado uma das lendas da música tecno, o artista desembarca na África do Sul para mostrar a elogiada apresentação da composição Lumiére II. Vista por milhares de pessoas ao redor do planeta, a performance é uma fusão inédita e altamente sincronizada de tecnologia e arte. Para chegar ao resultado final, o artista recorre ao laser e claro, a música, formando assim um verdadeiro balé musical.
O ‘Fak’ugesi: Festival de Inovação Digital Africana’ acontece entre os dias 22 de agosto e 13 de setembro, em Joanesburgo, África do Sul. Para mais informações e a programação completa, acesse o site oficial do evento: http://fakugesi.co.za/event/software-conference-agile-africa/