Vermelho do deserto, amarelo de Lompoul, cinza da região de Casamance, marrom escuro da Ilha de Gorée, bege claro do Lago Rosa, branca de Saly, marrom avermelhado da fronteira com a Mauritânia e preta de Dakar – cada cor dos grãos de areia natural utilizados na confecção do quadro vem de uma região diferente do Senegal. Apesar da beleza e graça dos quadros, o processo de confecção, com seu toque final de mágica, já seria o suficiente para receber um título de glória.
Com uma mistura feita de seiva de baobá e cola arábica, o artista começa desenhando o formato desejado sobre uma tela de madeira. Em um segundo momento, ele escolhe uma cor de areia e vai jogando em pontos selecionados do quadro. Joga por cima uma segunda cor, depois uma terceira e assim por diante. Para quem assiste, o espetáculo é confuso. O quadro fica coberto de areia, sem nenhuma imagem definida. É aí que entra o momento mágico. Depois de todas as camadas de areias apostadas, ele coloca o quadro na horizontal, dando um peteleco no trabalho. Bum. A areia extra cai e uma mulher africana colorida e bem delineada surge na tela. Técnica, criatividade e dom caminhando juntos.
Para entender melhor a surpresa, dá só uma olhada no vídeo: