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Mali

A arte em bronze burkinabé e a técnica da cera perdida
por AFREAKA

 

 

Entre as muitas especialidades artísticas burkinabés (nome dado aos cidadãos de Burkina Faso), destaca-se a produção de esculturas em bronze. A arte de fundição é histórica na cultura do país. No século XI, o povo Mossi, depois de ser expulso dos arredores do Lago Chade, realiza uma longa migração e se instala no que é hoje conhecido como Burkina Faso. No curso do século, nascem os primeiros reinados, liderados pelo venerado imperador Moro Naba. É nesse contexto que uma família maliana de ferreiros, especializada no método de fundição em cera perdida, migra para a região de Ouagadougou, hoje capital do país, e, em contrapartida pela autorização da permanência no local, começa a trabalhar para o imperador, produzindo peças de bronze em sua homenagem. Com a família, a técnica começou a ser difundida pela região e hoje, depois de séculos, herdada de geração em geração, perpetuou-se como parte intrínseca da cultura local.

 

 

 

 

Para a produção são utilizadas ferramentas rudimentares, muitas provenientes de materiais recicláveis. O segredo, na verdade, está no ‘saber fazer’ dos artesãos. Antes de tudo, a cera de abelha é aquecida para remover impurezas. O próximo passo é aquecer, com fogo de carvão, a faca que será utilizada para esculpir e moldar a cera. Depois de pronto o modelo, a próxima etapa é a moldagem de peças em argila. A terra para ser usada deve ser primeiramente pilada e peneirada. As peças de cera são então embebidas em uma bacia de argila e água, intercalando os mergulhos com o processo de secagem. Para finalizar a etapa, o molde é coberto com uma camada de argila mais espessa, com duas ou mais aberturas por onde a cera escapará e o bronze será fundido. Pronto o molde final, ele é separado para a última secagem.

 

 

 

 

Para inserir o bronze, é preciso antes de preparar o fogo que aquecerá o molde e derreterá a cera. Para um melhor controle do fogo, os artesãos preferem trabalhar com fogueira de carvão e de coco. Com foles manuais para aumentar a temperatura, o metal é introduzido por uma válvula e o bronze fundido enche a estrutura, ocupando o espaço deixado pela cera. Os moldes de argila são retirados e esfriados com água, para depois serem quebrados. É este o momento mais mágico, quando surgem perfeitas esculturas de bronze. Para o acabamento, são empregados materiais como serra e lixa e para o polimento final, é utilizada água acidificada. O bronze, que originalmente tem uma cor dourada, é tingido com permanganato quente para atingir cores mais escuras. O toque final é a coloração detalhada das peças, normalmente em verde, laranja ou azul. Os bronzes burkinabés, engenhosos e criativos, provam a qualidade do método e da arte, consagrando-se como um renomado destaque cultural do Oeste Africano.

 

 

Veja o passo a passo: http://www.african-concept.com/bronze-africain.html