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BotswanaCelebrando o povo
através da música

Texto e Fotos: Flora Pereira da Silva
Arte: Natan Aquino

 

São 48 anos de independência sendo comemorados. E motivos para festas não faltam: é o país mais estável social e politicamente do continente com uma economia que cresce em média 4% ao ano, sendo considerado o 14º melhor país do mundo para investir. É também exemplo no setor de educação e saúde, oferecendo serviços gratuitos que seriam invejados até mesmo nos países nórdicos, tão acostumados com as primeiras posições das listas. Ainda, Botswana recebe o título de país menos corrupto da África e seus habitantes não só concordam como constantemente se gabam disso.

 

 

E para comemorar todas essas estatísticas que saem do papel e se exibem no dia a dia, como faz? Na verdade, o espírito é bem parecido com o brasileiro: independência quer dizer feriadão, descanso, viagem, diversão com os amigos e festa, muita festa. E uma das principais comemorações aconteceu na cidade de Maun: o 2º Festival Anual Boipuso Spring Bash, um evento que mistura a comemoração “à moda antiga” durante o dia e “à moda jovem” do entardecer em diante. Bom, pelo menos essa é a ideia daqui para frente, porque por ora a juventude ainda domina o evento, regado a concertos da moda musical ascendente no país: o Hip Hop.

 

 

Segundo o organizador, duas mil pessoas atenderam a primeira edição e três mil é o número estimado para 2012. Grande parte do público veio para assistir pelo menos uma das três atrações principais: o descolado grupo de rap The Real Magosi, o ‘futuro do estilo’ Samba T e a inspiração dos últimos dois, Stiger Sola, que faz a linha MPB, música popular botswana. Foi ele quem abriu espaço para os instrumentos eletrônicos, misturando o som da guitarra com a música tradicional do país.

 

 

Daí até o Hip Hop foram dois passos, pelo menos é assim que definem os rappers do The Real Magosi ao ilustrar o próprio estilo musical. O grupo explica que apesar do gênero não ter nascido em Botswana, hoje, ele leva traços inextrincáveis da cultura do país. Nas letras, os garotos seguem misturando inglês com tswana, a língua nacional. O clima da noite é o mesmo das enérgicas mensagens que abraçam suas músicas. Para os magosis hip-hop é sobre diversão e sobre boas experiências da vida, que eles deixam claro com a pitada de “reggae effect”, quase que ao estilo reggaeton, que traz uma nuança divertida e dançante ao som.

 

 

O matiz positivo também está no rap de Samba T, que leva no seu beat “something that sounds dirty south”, ou seja, a batida e a malemolência do lado Sul do mundo em um Hip Hop globalizado. Com a pinta que um rapper deve ter, ele explica: “não quero fazer músicas que me confinem a um determinado assunto. Prefiro falar coisas positivas a negativas para que as pessoas se sintam bem ao ouvi-las”. O jovem, segundo os outros integrantes do line-up, é a promessa do ano, se não mais. É do tipo que tem opinião forte e discurso bonito, afinal até mesmo os próprios amigos filmam e gravam a entrevista do jovem artista.

 

 

Samba T se considera feliz em estar participando da celebração nacional, mas faz questão de dar as medidas: “em um evento em que estamos celebrando a independência, eu não acho que tenho que fazer uma música que diz “Feliz independência” para que as pessoas possam celebrá-la, para que possam ter um good time aqui. A importância dessa comemoração é estar com a sua galera perpetuando o sentimento de patriotismo em relação a nós como povo, e não ao fato de termos independência. Afinal, por acaso, algum lugar do mundo é realmente independente?”.

 

 

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