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ZimbabweFormando o futuro
artístico de Zim
Texto e Fotos: Flora Pereira da Silva
Arte: Natan Aquino

 

Cont queria ajudar o seu bairro de alguma maneira. Alguns anos antes, tinha aprendido a lutar karatê e achou que essa seria a saída ideal. Encontrou um espaço e começou a ensinar a quem estivesse interessado alguns movimentos da luta. Um dia, ao chegar para a lição, o local de encontro de sempre estava ocupado por um grupo de teatro e genuinamente ele resolveu assistir. Aquele ensaio o deixou chapado. Resolveu incorporar às suas aulas de karatê algumas dinâmicas do drama e aos poucos eram algumas dinâmicas de karatê que estavam sendo incorporadas às aulas de teatro.

 

 

A coisa toda foi tão natural que ninguém sabe direito como aquele grupo sem nenhuma intenção artística inicialmente se tornou uma das maiores companhias de teatro do país em sua época, chegando a se apresentar 295 vezes, passando de alguns gatos-pingados para 110 membros. O grupo que se chamava Dragons Karate Club mudou oficialmente o nome para Amakhosi Theatre. O ano era 1979, o cenário de fundo foi a township de Makokoba, na cidade de Bulawayo, no Zimbábue.

 

 

Em 1995, o Amakhosi ampliou a área de atuação e deixou de ser apenas um grupo para ser uma fundação cultural, focada em promover cultura e artistas locais, se tornando responsável desde então pela formação de milhares de jovens talentos por ano. O espaço virou um centro de treinamento, produção e programação onde diferentes artes performáticas passaram a ser ensinadas e exploradas. Segundo os fundadores, todos os artistas do país ou por ali passaram ou foram treinados por aqueles que ali estudaram.

 

 

Não deve ser para menos. Todo ano, 20 jovens são recrutados para aprender sobre música, dança, produção televisiva, teatro e gerenciamento de arte. Ali, durante um ano ou mais, eles são treinados por uma excelente equipe de profissionais, todos formados no Amakhosi. Os próprios alunos decidem quando sair, ou seja, quando estão prontos para atuar profissionalmente. A ideia é que os que ali foram treinados passem isso adiante, treinando outros jovens interessados e dando continuidade ao ciclo de formação.

 

 

Outro programa realizado no Amakhosi é o popular “Jovens performances e Jovem audiência”. Todo sábado, a comunidade local jovem se encontra na fundação. Uns para se apresentar e outros para serem jurados, avaliando as performances, opinando e dando conselhos para aqueles que se apresentaram. E assim, ambos os lados aprendem, trabalham e desenvolvem um sentido artístico. Por ano são 3 mil jovens no palco e quase 25 mil que se formam como audiência.

 

 

O programa mais recente da instituição é o chamado Turismo Cultural, que procura mobilizar jovens e adultos do bairro, assim como visitantes internacionais, para visitar os lugares tradicionais e culturais da cidade e da região. Para os criadores do programa, é também um modo de inspirar os jovens a produzirem, escreverem e realizarem algo sobre o que viram e experienciaram. É uma forma de mobilização que faz com que as pessoas consumam e aproveitem as tradições culturais locais.

 

 

Amakhosi por fim ainda serve de espaço físico de ensaio e apresentação para 150 diferentes grupos culturais de jovens que não têm condições financeiras para treinar em outros lugares. A instituição é autossustentada e faz questão que todo o financiamento do coração da estrutura venha da renda própria, não criando dependências externas e não correndo jamais o risco de não tê-las. Não é por menos que o Amakhosi, centro inteiramente popular e comunitário, alimenta há 33 anos o país com o futuro artístico do país.

 

 

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