INTRODUÇÃO:
O que dizem os guias: Botswana recebeu esse nome devido aos Tswanas, população que representa mais de 60% do país. É considerada uma história de sucesso, desfrutando de estabilidade na economia, educação e saúde. No norte do país, nas montanhas Tsodillo encontram-se mais de 2700 pinturas rupestres atribuídas aos ancestrais do povo San, outra importante representante da população do país. No entanto, o turismo não é nada barato – é o preço para preservar o patrimônio.
O que diz o AFREAKA: Sem dúvida, Botswana é um caso de sucesso. E é fácil perceber isso, basta conversar com seus habitantes. Todos se declaram orgulhosos das condições que desfrutam no país cujas principais economias se caracterizam pela mineração de diamantes, exportação de carne bovina e, cada vez mais, turismo. A diferença dos outros países tão ricos quanto em recursos naturais é que o dinheiro gerado por eles fica no país e vai diretamente para os setores sociais. O país deleita-se da fama de ter um dos governos menos corruptos do mundo.
Turismo Tradicional
O que dizem os guias: No país dos Tswanas, o foco não está nas capitais ou cidades. As grandes atrações são os parques nacionais, considerados por alguns guias os mais belos do continente. Entre as opções, um dos dois principais destinos é o Chobe National Park. Os motivos? Bom, com certeza a concentração de 50 mil elefantes é um deles, além da paisagem encantadora e a variedade da fauna que circula pelo parque, principalmente dos animais de grande porte. A segunda parada é o Delta Okavango, um pântano permanente, que abrange uma área de 15 mil km², tradicional pelo passeio de mokoro (canoa tradicional) para observação de hipopótamos.
O que diz o AFREAKA: O turismo tradicional de Botswana se concentra no norte do país. E vale lembrar: não é nada barato. O primeiro motivo do custo alto é a acessibilidade. Para alcançar a grande maioria dos destinos, só com 4×4, barco ou avião. Assim sendo, hotéis de luxo não faltam pelo pedaço. Quem não tem carro, geralmente tem que arranjar excursões para poder conhecer as grandes atrações turísticas do país. Para escapar dos grandes gastos, existem algumas opções: para visitar o Chobe sem precisar de tração nas quatro rodas, é preciso chegar pela parte norte do parque, ou seja, vindo das cataratas Vitória, por Zimbábue. Chegando em Kasane, a dica é pegar carona com outros turistas ou tentar algum transporte mais acessível. Para visitar o Delta, é possível arranjar viagem com a Associação Comunitária Okavango Poler Trust. O preço será cinco vezes mais barato do que viajar por qualquer agência de turismo.
Turismo Alternativo
O que dizem os guias: Nada como começar o passeio pelo Louvre Selvagem. Assim foram batizadas as pinturas em pedra distribuídas por mais de 200 pontos nas Colinas Tsodillo. Também no norte do país, uma alternativa é conhecer o reconhecido artesanato desenvolvido pelas mulheres das vilas de Etsha e Gumare. Até mesmo nos hotpoints dá para seguir um percurso alternativo. No principal delta do país, encontra-se o grupo de turismo sustentável Okavango PolersTrust, por um preço muito mais acessível do que o tradicional onde tudo é feito, produzido e gerenciado pelas pessoas da vila.
O que diz o AFREAKA: As colinas Tsodillo na verdade se caracterizam pela terceira principal atração turística do país. Então não dá para ser considerada muito alternativa. Uma ida à capital Gaborone para visitar suas galerias, curtir um show de Hip-Hop ou ir a uma balada de House seria uma opção mais descolada. Uma experiência inesquecível é visitar a vila indígena de D’kar e o seu centro de arte contemporânea. Para chegar até lá, é preciso ter um carro ou pedir carona na estrada, o que não é difícil em Botswana. Ainda para quem viaja de quatro rodas, o que na África é mais comum do que viajar ‘a pé’, o deserto de Kalahari é uma boa opção para quem procura percursos menos frequentados.
Curiosidade
O que dizem os guias: Com seus 50 mil elefantes, o parque Chobe abriga oficialmente a maior concentração da espécie do mundo. Ainda no quesito fauna, o país possui a única população de leões nadadores existente. O fenômeno ocorre por causa das cheias, em que os leões se veem forçados a entrar na água para caçar antílopes. Saindo do mundo animal e mergulhando na cultura local, um dos curiosos destaques são as Kgotlas. Cada vila (mais comum em áreas rurais) tem uma. É um lugar designado para encontros, onde as pessoas podem desabafar, lanças suas queixas, reclamar – sempre em um clima de mútuo respeito.
O que diz o AFREAKA: O sistema de táxi de Botswana é uma curiosidade a ser tomada como exemplo. Um carro não leva apenas um passageiro, mas quatro. Os táxis têm uma rota pré-estabelecida, por exemplo, do centro até a área leste da cidade e você pode subir e descer onde quiser, e ele te leva até à porta o seu destino final pelo custo de aproximadamente um real. As kgotlas consistem em um instrumento social comunitário que podem ter poder político paralelo ao governo do país. As decisões locais, desde punições até divisões de lucros, muitas vezes são tomadas ali. As kgotlas não fazem parte apenas da vida rural, também estando presente nos centros urbanos.
O que provar?
O que dizem os guias: Um dos exemplos da culinária tswana é o pap ou bogope, espécie de mingau feito com farinha de milho, que acompanha a maioria dos pratos do país. Outro prato popular no país, que pode parecer estranho, mas dizem ser surpreendente é o Masonja, preparado de carne amarela, vermes (lagartas) cozidos secos e cozinhados com cebola, tomate, especiarias e às vezes, mel. Outro alimento popular é o sorgo, uma espécie de cereal, utilizado como base alimentar no país. Sopas, pães, bebidas: tudo pode ser preparado com ele.
O que diz o AFREAKA: Churrascão coletivo é uma das opções mais interessantes do país. Em muitas cidades, o hotpoint local é uma espécie de praça, onde é possível encontrar alguns bares, uma mercearia, um açougue e uma grande grelha, a churrasqueira coletiva. Na marcenaria, cada um compra a carne que quer, além de seus devidos temperos – com pimenta se possível. Nada de pão, salada ou extras. O assunto é exclusivamente carne e cada um espreme a sua em um pedacinho da grelha. Assim como em muitos países do sul da África, a pap, espécie de purê feito com farinha de milho, também é uma das comidas favoritas. Mas em Botswana, não pode faltar carne, principalmente a bovina, produto avaliado como a segunda maior economia do país. E por isso, o jeito mais comum de servir a pap é banhada por um molho engrossado com picadinho de bife.