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QuêniaVoz e expressão de
Zachariah Njoroge
Texto e Fotos: Flora Pereira da Silva
Arte: Natan Aquino

 

Seu nome veio à tona nas Olimpíadas de Pequim. Zachariah Njoroge foi um dos dois selecionados no Quênia para representar o país durante as apresentações culturais dos jogos. O barítono, que na época tinha acabado de entrar nas casas dos 20 anos, não decepcionou, chamando atenção dos olheiros da arte do mundo todo. De lá, foi convidado para estudar na Buchmann Mehta School em Israel, onde passou seus últimos quatro anos.

 

 

Nascido, criado e ‘estudado’ em Nairóbi, o cantor é considerado um dos artistas mais proeminentes da música clássica mundial. Para tornar realidade esta promessa, o jovem está correndo atrás de novas experiências. Depois de ter estudado no continente africano e asiático, ele agora está embarcando para duas audições: uma em Viena e outra em Berlim. Uma das duas cidades espera para fazer parte de sua carreira e futuro.

 

 

 

Apaixonado por ópera desde criança, começou cedo a cantar nos corais conduzidos pelo pai, maestro nas horas vagas, inspiração e ídolo incontestável de Zachariah. Acostumou-se com o palco e gostou da ideia de contar histórias para o público através da música. No começo da adolescência entrou para o Conservatório de Música do Quênia, onde conheceu sua segunda inspiração, o professor Gachigi Kungu, e confirmou seu talento vocal.

 

 

Além do poder da narração que ele encontrou na música clássica, Zachariah explica outra razão da escolha pelo estilo: ‘a paixão que nunca acaba!’, exclama emocionado com a constatação que sai com facilidade da boca, “é uma música que está aqui a centenas e centenas de anos e mesmo assim nunca morre. As pessoas sempre vêm ouvir a mesma coisa de novo e de novo e, mesmo assim, a música continua a surpreender. São só emoções dentro dela’. E para poder expressar todas esses sentimentos, o jovem não deixa nenhum multilíngue para trás: não só aprendeu a cantar em outras línguas, como se tornou fluente em cada uma delas. Fato que ele define como essencial para que a emoção de uma música possa ser corretamente interpretada.

 

 

Durante suas apresentações, o barítono transforma as letras em mágica teatral. Ele interpreta cada frase variando olhares arregalados, viradas bruscas de cabeça, braços a passear pelo colo e contorções sutis do corpo. Juntando o teatro à tonalidade marcante da voz, Zachariah cria o seu próprio estilo para a música clássica, o que ele identifica como um estilo africano. Para ele estar no palco e contar apenas com o drama da música é não trazer personalidade ao texto. “É preciso trazer o seu toque à leitura, dar charme ao texto, encantar o público, se envolver com a música e não apenas recitar como prediz o padrão. Sentir o público e o que eles estão sentindo e a partir daí trabalhar a sua peça”.

 

 

“Crescendo tremendamente” é a definição perfeita que o jovem cantor dá sobre o interesse do estilo no país. Ele conta que a música clássica está crescendo em linha quase vertical no Quênia. Se quatro anos atrás não tinha nada, agora é possível encontrar instituições como a Nova Orquestra do Quênia ou como a Orquestra da Criança, que está levando música clássica para a favela e revelando muitos talentos, abrindo projetos comunitários e de ghetto. “Eu? Ajudar nesse cenário? Acho que primeiro de tudo eu tenho que ir me certificar que eu tenho calibre para isso. E assim no futuro quero abrir uma escola para jovens cantores e talentos da música clássica”, revela humildemente Zachariah, falando sobre os planos e perspectivas para o futuro.

 

 

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