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ZimbabweDa arquitetura Vitoriana
à arte contemporânea

Texto e Fotos: Flora Pereira da Silva
Arte: Natan Aquino

 

Na segunda maior cidade do Zimbábue, Bulawayo, destaca-se um prédio vitoriano secular de dois andares arquitetado com tijolos vermelhos e parapeito branco por William Douslin. Em frente a um de seus 16 arcos estão seis degraus que levam à porta de entrada da Galeria Nacional de Bulawayo, uma das mais renomadas instituições de arte do país. A porta de entrada com cornijas moldadas, forro de metal e placas de bronze, dá para um suntuoso hall de decoração parecida.

 

 

Basta um passo a frente para encontrar à esquerda, a passagem para a loja do museu e à direita a recepção e um extenso e labiríntico corredor com infinitos escritórios, hoje dedicado aos funcionários do museu e um dia, narram as histórias, já dedicado ao Nobel Rudyard Kipling. No hall, o que marca a beleza do ambiente é a presença de uma chamativa escada de dois níveis, com corrimão de madeira talhada e caminho adornado por estátuas de grandes artistas nacionais.

 

 

A escada dá acesso ao primeiro andar cujas galerias são todas destinadas às exposições temporárias, salvo a longa sala localizada na extrema direita do prédio transformada em biblioteca. “Códigos Estéticos – quando a ciência encontra a arte”, de Tafadzwa Gwetai, é a exposição do momento e ocupa as principais galerias do museu. Suas instalações, fotografias e esculturas discutem de maneira poética e analítica a identidade virtual e física da ciência.

 

 

Ao atravessar as galerias, descobre-se uma segunda e breve exposição fotográfica realizada por artistas amadores cujas obras foram selecionadas durante uma competição nas comemorações de aniversário da cidade. Entre as duas exposições, à direita uma passagem para a extensa e vazia varanda, que circunda todo o complexo da galeria, e à esquerda uma escada que leva ao pátio, enfeitado por três palmeiras, um belo gramado verde e algumas instalações contemporâneas. Dois corredores, um no térreo e outro no andar de cima, dão para o jardim interno e abrigam os estúdios dos artistas residentes do museu.

 

 

No estúdio 3, Simon Phiri está copiando a lápis com culminância uma fotografia em preto e branco. Ao lado do artista, tímido e concentrado, encontra-se um extenso portfólio de desenhos que beiram a perfeição de um retrato digital. Para a composição das obras, são sete diferentes tipos de grafite sendo utilizados. Cada um atingindo a ideal precisão de sombra, intensidade, foco e profundidade desejada pelas criativas mãos do jovem. No canto direito do estúdio, está sentada no chão trabalhando Nonpilo Nkomo, artista com deficiência física, que realiza todas as suas obras carregando o pincel entre os dedos dos pés e impressiona com a qualidade de suas telas, retratos e cartões.

 

 

No estúdio 12, o proativo rasta Tafadzwa Gwetai, empolgado com o sucesso da atual exposição, enquanto escuta uma seleção de reggae de seu computador, já está trabalhando novos quadros. Em Códigos Estéticos, Gwetai trouxe um olhar íntimo ao mundo contemporâneo, interrogando a existência do ser humano confrontada com os avanços científicos do mundo moderno, onde, para o artista “identidade se transformou em um processo de documentação sistemática para provarmos quem somos”. Tema, que continuará a ser explorado pelo pintor.

 

 

No estúdio 5, Nonhlanhla Mathe está nervosa, ansiosa e apressada. Em dois dias, substituirá Gwetai, estreando sua primeira exposição solo na Galeria Nacional. Depois de criar as formas, Mathe preenche suas telas com o purê de milho, a mielie pap, para então finalizar com camadas de tintas. Catalogando, arrumando e dando os últimos toques aos quadros, a jovem explica que o método foi o seu modo de trazer inovação ao tradicional, sem aculturá-lo. O estilo único e inovador rendeu a pintora o prêmio nacional de melhor artista feminina de 2011.

 

 

Os estúdios são preenchidos por artistas expoentes selecionados pela Galeria Nacional por aptidão e talento. Qualquer um pode se candidatar, nacional ou estrangeiro. Ali, eles são apoiados pela instituição que oferece cursos, material e espaço, além de organizar as primeiras exposições dos residentes. O espaço é rotativo, mas alguns ficam menos e outros mais. Ali estão Henry, Simon, Nonpilo, Tafadzwa e Nonhlanhla e outros 20 talentos. Ali dilatam as mentes artísticas contemporâneas e o futuro da arte do país.

 

 

Saiba mais sobre a galeria: www.nationalgallerybyo.com

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