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NamíbiaProjeto comunitário KatuTours abre porta para cultura local

Texto e Fotos: Flora Pereira da Silva
Arte: Natan Aquino

 

Projetos comunitários e turismo sustentável estão em alta na Namíbia e na sua capital Windhoek a mistura dos dois conceitos se tornou uma das melhores opções para conhecer o distrito de Katutura. Assim como na África do Sul, o apartheid também passou pelo país, que proclamou sua independência em 1990.

 

Uma das maiores características do regime foi a desapropriação e realocação da sociedade negra para longe dos centros das cidades em distritos que ficaram conhecidos como townships, onde hoje é possível encontrar parte indispensável da ‘cultura de raiz’ local, cultivada com êxito durante o último século.

 

Katutura, principal township da Namíbia, não foge da regra, mas por um infeliz estereótipo, o turismo não predomina por lá – ainda. Cenário que começa a mudar com o projeto comunitário KatuTours, sustentável iniciativa local de Anna Mafwila. A ideia? Um passeio de bicicleta pelas ruas do bairro, seus mercados, feiras e até mesmo bares, regado pela narrativa de um guia-morador sobre a história do país, do distrito e de seus habitantes antes e depois do fim do apartheid.

 

Do começo ao fim dos sete quilômetros percorridos, o projeto traça uma rede de conexão com toda a comunidade. As bikes Katu são concertadas na bicicletaria King’s Daughter’s, uma iniciativa social que visa apoiar e criar empregos para ex- trabalhadoras sexuais. Já a saída e a chegada encontram-se no centro de Penduka, projeto de empreendedorismo de mulheres da região. E durante o tour, os ciclistas visitam pelo menos três mercados locais, e assim acabam ajudando os vendedores a fazer um dinheiro extra no final do mês.

 

Nos mercados as possibilidades (e novidades) são ad infinitum: Para começar, um vetkoek, um pão doce e delicioso que faz sua consciência pesar e lembra vagamente o bolinho de chuva brasileiro. No Soweto Market, a parada mais longa, é possível se esbanjar de kapana, carne fresca, recém-cortada, grelhada e temperada a gosto. Ali também o turista também pode comprar temperos e especiarias tradicionais namibianos, a maioria da etnia oshiwambo, e, acredite, você encontra de tudo: Iiyugulu, um galhinho que dizem fazer milagre na substituição da pasta de dente, omunkuzi, outro galhinho de outra árvore que na falta de geladeira ajuda a conservar o leite durante semanas, e para refrescar o calor do passeio, oshikundu, uma bebida feita do grão mahangu, vastamente popular na região.

 

A aventura começa de manhazinha e a brisa do começo do dia dá um ar especial para a aventura. São quase quatro horas de imersão na cultura local. Homens polindo carros, mulheres vendendo vegetais na rua, brechós de calçadas com centenas de peças estendidas sobre um pano ao ar livre, costureiras de roupas tradicionais exibindo seus trabalhos: visitar a comunidade em duas rodas é uma ótima ideia para conhecer melhor seus moradores, poder trocar algumas palavras com eles e quem sabe até ser convidado para uma partida de sinuca.

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